Luís Filipe Vieira anunciou hoje, quinta-feira, que se vai recandidatar à presidência do Benfica nas próximas eleições, marcadas para Outubro. Durante uma entrevista à RTP, o presidente dos “encarnados” afirmou que a decisão foi tomada após ter tomado conhecimento do inquérito aberto pela Comissão Disciplinar da Liga ao processo “Apito Dourado” na sequência de uma participação do clube da Luz.

“Depois da vitória de ontem, foi um dado novo e tomei a decisão. A decisão foi tomada ontem e, como não se vislumbra mais nenhum candidato, neste momento não podia trair tantos benfiquistas que depositam tanta confiança em mim. Vou candidatar-me para dar continuidade ao trabalho que tenho feito”, declarou o dirigente.

Vieira começou por falar do dossiê que lhe foi entregue, revelando, com base nas informações nele contidas, que “houve resultados falseados e viciação na classificação dos árbitros”. Nos documentos a que teve acesso, haverá “muitas pessoas referenciadas, mais presidentes de clubes” e o próprio presidente cessante da Liga, Valentim Loureiro. No entanto, o Sporting e o Benfica “só são mencionados como prejudicados”.

Relativamente às escutas em que foi citado pela imprensa antes de um jogo da Taça de Portugal com o Belenenses, discutindo a nomeação de um árbitro com Valentim Loureiro, Vieira confessou que era “normal a partir dos quartos-de-final” mas que não “era correcto”. “O Benfica nunca comprou quem quer que seja nem teve nenhum motorista ou empresário a levar ninguém para os hotéis”, contra-atacou.

“Seremos um colosso europeu”

O recém-eleito presidente da Liga de clubes, Hermínio Loureiro, não escapou às críticas do dirigente: “Não ponho em causa a sua honestidade, mas é um homem condicionado. Fez acordos com todos os clubes.” Na opinião de Filipe Vieira, o antigo secretário de Estado do Desporto devia voltar a candidatar-se a novas eleições com pessoas escolhidas pela “sua própria cabeça”.

Sobre a situação financeira do clube “encarnado”, Filipe Vieira declarou haver “receitas de 100 milhões e dívidas de 125 milhões”. “Deixem chegar a 2010 ou 2011 e seremos um colosso europeu, para não dizer mundial”, prometeu.

João Queiroz
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