A criança sobrevivente do atropelamento por um comboio na Linha do Norte, em Gaia, encontra-se na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital de S. João com um estado clínico relativamente estável, disse fonte da unidade hospitalar ao JPN.

O menino de 4 anos sofre de um traumatismo craniano encefálico grave e foi esta manhã sujeito a uma intervenção cirúrgica descompressiva devido a uma ferida craniana aberta. Segundo a mesma fonte, os “próximos 3/5 dias” vão ser fundamentais para a evolução do quadro clínico da criança.

Ao início da noite de ontem, as duas crianças foram colhidas por um comboio em Vila Nova de Gaia, entre os apeadeiros de Coimbrões e da Madalena. Uma das crianças teve morte imediata.

Os menores terão ido brincar para a linha, a cerca de 100 metros de casa, sem o conhecimento de adultos, e não ouviram a aproximação do comboio. Após o acidente, a população impediu os comboios de circular até que a GNR desse ordem para cortar a linha a fim de retirar os corpos.

Indignados, cerca de 150 moradores do Bairro da Bela Vista protestaram junto ao local do acidente pela falta de segurança da linha férrea. Exigiram que a CP colocasse barreiras de segurança no acesso à linha até ao dia de hoje, ameaçando com o corte da circulação de comboios.

Rui Reis, da REFER, explicou ao JPN que a empresa está já a recuperar um muro privado junto à linha por onde as crianças terão tido acesso ao local do acidente. Quanto à construção de barreiras, argumentou que “por todo o mundo há linhas ferroviárias e rodoviárias não vedadas”.

O porta-voz da empresa acrescentou que evitar este tipo de acidentes “também depende da educação das populações no que diz respeito ao tema”. Nesse sentido, Rui Reis referiu que a REFER tem lançado, no início dos anos lectivos, campanhas de sensibilização transmitidas pelas televisões portuguesas.

Sara Santos Silva
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Foto: DR