O Presidente do Brasil Lula da Silva, do Partido Trabalhista, obteve 48,6% dos votos nas eleições de ontem, domingo, contra os 41,6% do candidato social-democrata, Geraldo Alckmin, anunciou hoje o Tribunal Superior eleitoral. Contrariando as expectivas e algumas sondagens, o dois candidatos vão disputar uma segunda volta, marcada para o próximo dia 29.

Em terceiro lugar na votação ficou Heloísa Helena, candidata do Partido Socialismo e Liberdade, com 6,8%, e em último ficou Cristovam Buarque, candidato pelo Partido Democrático Trabalhista, com 2,6%.

Poucas empresas de sondagens apontavam para a possiblidade de uma segunda disputa pelo lugar no Palácio do Planalto. No estudo da Datafolha, por exemplo, divulgado no sábado, Lula da Silva surgia com 50% dos votos válidos – a mesma percentagem obtida pela soma dos demais adversários.

Segundo a Agência Brasil, Lula da Silva parte para a segunda volta depois de ter vencido em duas regiões e 16 estados. De acordo com a mesma fonte, Alckmin foi o mais votado em três regiões e 11 estados, entre eles São Paulo, do qual foi governador, que tem cerca de 28 milhões de eleitores.

Ausência nos debates e escândalos sucessivos

A hipótese de Lula da Silva não ser eleito à primeira foi aventada com a divulgação do “escândalo do dossiê”, quando dois homens ligados ao Partido dos Trabalhadores foram detidos por alegadamente comprarem documentos que incriminariam candidatos da oposição. Ao que consta, o dossiê divulgava provas que ligavam os candidatos do partido de Geraldo Alckmin e o governo de São Paulo, também social-democrata, à chamada “máfia dos sanguessugas”.

Eleito há quatro anos, hasteando a bandeira de um governo limpo, a governação de Lula foi marcada por escândalos de corrupção que vão desde a compra de votos no Congresso até subornos para a concessão de contratos de ambulâncias e correios.

Muitos analistas brasileiros defendem ainda que Lula foi castigado por ter recusado comparecer aos debates em que seria obrigado a comentar os escândalos que minaram o seu governo. Entretanto, o actual Presidente já prometeu que vai participar nos debates nesta segunda campanha.