As obras do futuro edifício da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) podem arrancar no próximo ano e devem estar concluídas em 2009. O Orçamento de Estado (OE) para 2007 atribui 5,6 milhões de euros para a construção do edifício, contratualizada em 2001 e desde então à espera do financiamento prometido.

“Fez-se justiça”, afirma ao JPN o director da FMUP, José Amarante, para quem a dívida do Estado era um “escândalo” que durava desde o governo de António Guterres. O atraso no pagamento à FMUP levou mesmo o director da faculdade a ameaçar demitir-se e à possibilidade da redução para 190 vagas por não existirem condições físicas para receber mais alunos, o que acabou por não acontecer.

O concurso para adjudicação do novo edifício, com cerca de 22 mil metros quadrados, deverá ser lançado no início de 2007, o que permitirá que as obras arranquem a meio do próximo ano. Parte das obras de remodelação das actuais instalações pode já avançar, garante José Amarante.

O custo total previsto para o projecto é de 14,5 milhões de euros, valor que inclui o novo edifício e a reestruturação das instalações actuais.

As novas instalações permitirão à FMUP aumentar a área disponível e oferecer melhores condições aos estudantes. Actualmente, o “numerus clausus” da instituição está fixado nas 240 vagas, quando o edifício da FMUP está apenas preparado para 190. A situação leva a que haja aulas leccionadas mais de uma vez, alunos sentados no chão e exames realizados em salas alugadas.

O director salienta o “papel preponderante” do actual reitor da Universidade do Porto (UP), Marques dos Santos, no desbloqueamento da situação porque “rapidamente percebeu a situação” em que a FMUP se encontrava, ao contrário do anterior responsável máximo da universidade, Novais Barbosa.

Apesar da garantia inscrita no OE/2007, José Amarante considera que “o mérito [da FMUP] ainda não está premiado” e que deveria ser feita a “reparação” dos danos que a faculdade sofreu com a falta de verbas.

UP cativa 15% do PIDDAC destinado ao Porto

A UP recebe quase 15% das verbas do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) destinadas ao concelho do Porto, com quase 15 milhões de euros. A verba divide-se por três instituições: FMUP, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e Faculdade de Ciências.

Tal como a FMUP, o ICBAS receberá também 5,6 milhões de euros para as novas instalações, na antiga reitoria, na Rua de D. Manuel II.

Já a Faculdade de Ciências terá direito a 3,48 milhões de euros a aplicar nas novas instalações do departamento de Ciência dos Computadores e na recuperação das instalações de Geologia.