Só cinco em 123 serviços de atendimento da Segurança Social testados pela Deco satisfazem os requisitos mínimos. 85% dos serviços não respondeu a, pelo menos, dois dos quatro cenários apresentados pelos colaboradores da associação de defesa do consumidor ou deu informação errada ou incompleta.

É “uma situação preocupante, até porque as questões ao balcão eram simples, de carácter genérico e não envolviam a consulta de dados pessoais”, aponta a Deco em comunicado, onde defende uma “reforma profunda” do sistema.

“Os consumidores têm motivos para estarem descontentes com a qualidade e o rigor da informação prestada pela Segurança Social”, diz a associação. O estudo será aprofundado em Novembro na revista da Deco “Dinheiro & Direitos”.

A Deco já enviou o estudo ao secretário de Estado da Segurança Social, com quem vai reunir em breve para apresentar detalhadamente as conclusões. Para a Deco, o mau atendimento deve-se à “falta de formação e rigor dos funcionários, mas, nalguns casos, também de empenho”.

Os técnicos da Deco fizeram algumas questões básicas sobre temas como desemprego, maternidade e paternidade. Muitos funcionários não souberam responder ou responderam mal às questões. As perguntas sobre desemprego foram as que tiveram pior atendimento – 93% não respondeu ou respondeu incorrectamente às perguntas.

Só nos serviços locais do Bombarral e da Marinha Grande, Entroncamento, Lagos e Silves foi dada informação satisfatória para o total dos quatro cenários.

Deco pede mais formação

Para a Deco, “não se entende que haja tão maus resultados” porque as respostas às questões colocadas encontra-se na internet. Uma das soluções passaria, por isso, por apostar mais na informação escrita, como folhetos, promover a que já existe na Net e dar formação aos funcionários.

A Deco alerta ainda para o tempo de espera no atendimento: nas duas visitas realizadas aos 123 serviços, os colaboradores da associação estiveram cerca de 40 minutos, em média, na fila. O serviço local de Oeiras/Paço de Arcos foi o pior dos casos, com tempos de espera de quatro e seis horas.

Além disso, muitos dos espaços não cumprem a legislação no que diz respeito a barreiras arquitectónicas e afixação em local visível de informação sobre livro de reclamações, e têm poucos ou mesmo nenhuns assentos.

JPN