Abertura ao diálogo com a oposição, crescimento económico e prioridade aos pobres são as primeiras promessas do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, reeleito ontem, domingo, com 60,8% dos votos. No discurso da vitória, o Lula da Silva manifestou-se “grato” ao povo que “soube fazer diferença entre o que era verdade e o que não era”.
De acordo com os resultados finais divulgados hoje, segunda-feira, pelo Tribunal Superior Eleitoral, o candidato do Partido Trabalhista, foi eleito com mais de 58 milhões de votos válidos, mais 20 milhões do que Geraldo Alckim, o candidato do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).
Na hora da vitória, Lula prometeu mais diálogo e um papel mais actuante na coordenação política do seu futuro governo. “Até Dezembro, pretendo conversar com todas as forças políticas, todos as forças sociais e irei interferir mais nas negociações com o Congresso Nacional”, prometeu, acrescentando ainda que vai “chamar todos para conversar”.
O Presidente do Brasil garantiu também um maior crescimento da economia no próximo ano e anunciou a manutenção da política fiscal. “Manteremos uma política fiscal dura, porque não se pode gastar mais do se que ganha”, anunciou.
Mas a grande prioridade de Lula da Silva é a classe mais pobre. “Continuaremos a governar o Brasil para todos, mas continuaremos a dar mais atenção aos mais necessitados”, sublinhou. “Foi a vitória dos de baixo contra os de cima”, disse durante os festejos.
A votação de Lula, superior à eleição de 2002 em números absolutos, muito próxima em termos percentuais, conseguiu contrariar os problemas enfrentados no seu primeiro mandato e os momentos mais radicais da campanha, o último dos quais quando os dois candidatos quase chegavam a vias de facto no derradeiro debate televisivo.