As situações consideradas “anómalas e de desperdício” nas aulas de substituição “vão ser investigadas”, afirmou hoje a directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, no encontro que teve com um grupo de estudantes do ensino secundário do distrito do Porto.

Margarida Moreira garantiu que, na maior parte das situações, o problema relaciona-se com má organização e que as associações de estudantes podem ajudar na solução.

Foram cerca de mil os estudantes do ensino secundário que se manifestaram esta manhã, no Porto, pelo fim das aulas de substituição, “numerus clausus” e exames nacionais e pela introdução da disciplina de Educação Sexual e a redução de alunos por turma.

A dirigente da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) solidarizou-se com os estudantes que procuram “escolas públicas de qualidade” e afirmou que ia passar a encontrar-se com os alunos, no mínimo, uma vez por cada período lectivo. Aproveitou para apresentar aos representantes dos alunos o novo estilo de exame nacional, “mais simples”.

No fim da reunião, os alunos saíram “bastante satisfeitos” da reunião, mas preferem esperar para “ver a prática”. Se as investigações e correcções não forem cumpridas, Luís Ribeiro, um dos organizadores do protesto, confirmou que podem partir para “outras forma de luta”.

Ensino “com qualidade”

A mobilização dos alunos fez-se na Avenida dos Aliados, pelas 9h30. O protesto seguiu numa marcha até à DREN, onde cinco representantes dos estudantes foram recebidos pela directora regional de Educação durante mais de um hora.

A principal queixa que se ouviu durante toda a manhã passou pelo fim das aulas de substituição. Luís Ribeiro afirma que esse é apenas “mais um problema”. O objectivo da luta é conseguir um “ensino público, gratuito e com qualidade”.

Outras reivindicações passam pelas más condições de alguns edifícios escolares, o excessivo número de alunos por turma e a privatização de bares e cantinas, que os estudantes dizem encarecer o preço dos produtos.

Do milhar de alunos que marcaram presença na baixa do Porto, alguns confessaram estar lá apenas para “não ter de ir às aulas” e porque não querem ser obrigados a estar dentro das salas nas aulas de substituição.

Foram encerradas a cadeado as secundárias do Porto Aurélia de Sousa, Filipa de Vilhena, Carolina Michaelis e Escola do Cerco.

Manifestações por todo o país

Um pouco por todo o país, os estudantes do secundário fizeram greves e manifestações.

Em Setúbal, cerca de 600 alunos juntaram-se em frente ao Governo Civil. Em Oeiras, os alunos juntaram-se e rumaram em direcção ao Ministério da Educação. Em Queluz, cerca de 200 alunos juntaram-se em frente a uma escola para pedir mais segurança.

Texto e fotos: Luís Pedro Carvalho