São estudantes do ensino superior, mas quando terminam as aulas não podem dedicar-se aos livros e aos trabalhos. Têm outro “emprego” a tempo inteiro, igualmente exigente, à sua espera: o desporto de alta competição.

Hugo Gaspar, jogador de voleibol, o esgrimista Joaquim Videira e Manuel Centeno, campeão mundial de bodyboard, são exemplos de atletas de alta competição que continuam os estudos em áreas não ligadas ao desporto –Medicina, Engenharia e Arquitectura.

Todos reconhecem a dificuldade que é conciliar estudos e competição, algo que exige “muito boa programação”, como explica Hugo Gaspar, estudante de Medicina no Porto e jogador da selecção nacional de voleibol. O estatuto de atleta de alta competição permite mudar as datas dos exames, mas só cobre as faltas dadas ao serviço das selecções.

Joaquim Videira, medalha de prata nos Mundiais disputados em Outubro, considera que em Portugal não existe “mentalidade desportiva”, ao contrário de outros países onde é possível prosseguir na alta competição após o fim da vida académica. Por isso, a selecção de voleibol, por exemplo, é constituída por estudantes ou jogadores que rumaram a equipas estrangeiras.

Apesar da dificuldade diária, é positivo haver um “estímulo intelectual exterior ao desporto que permita ter raciocínios que se adequem a todas as situações”, sintetiza Manuel Centeno.

Daniela Lavos Costa
lj03022 @ icicom.up.pt
Pedro Rios
Fotos: Ana Falcão e Pedro Rios