Criar novas plantas a partir de restos de outras é uma ideia lucrativa, com particular interesse para os grandes produtores. Este é o ponto de partida do projecto “Peak Plants”, de Luís Pontes, estudante de Biologia na Universidade de Aveiro, vencedor do concurso “Incuba-te”, promovido pela Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro.

“A ideia consistiu em aproveitar as técnicas de biotecnologia já existentes para a propagação de plantas. Através dos restos de plantas – folhas, caules e raízes – é possível criar novas plantas”, explica Luís Pontes ao JPN.

As plantas são cultivadas num meio próprio “com vitaminas, nutrientes e regulador de crescimento”. O principal objectivo é poder criar plantas para vender aos grandes produtores, “que compram as plantas muito jovens”.

A proposta apresenta algumas vantagens face às técnicas já existentes: “economia de espaço, já que o cultivo pode ser feito em prateleiras, encurtamento do período de tempo de regeneração das plantas, e maior facilidade em produzir variações de uma mesma planta, como, por exemplo, criar novas cores”, enumera Luís Pontes.

O projecto “Peak Plants” surgiu fora da Universidade de Aveiro. O estudante associou os “conhecimentos adquiridos na faculdade” com a experiência do irmão no comércio de planta ornamentais.

A ideia foi seleccionada entre mais 48 propostas com vista à criação de novas empresas. Com o seu projecto, Luís Pontes angariou um prémio de 10 mil euros, que “vai permitir montar a empresa com os equipamentos tecnológicos necessários”. “Além disso, vamos ter o total apoio da incubadora de empresas”.

O concurso “Incuba-te” tem como objectivo estimular a criação de novas empresas de alunos, ex-alunos, docentes ou investigadores.

O segundo lugar do concurso também premiou, com 1.500 euros, um projecto na área de biologia – “Water & Soils Technologies”, de Henrique Pereira, João Vilaça e Marco Lemos. O terceiro prémio foi para uma ideia na área do turismo.

Alice Barcellos
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Foto: Morguefile