Abre na próxima segunda-feira o pólo de transferência de tecnologia da Universidade do Porto, situado no pólo da Asprela. Baptizado de UPTEC, é uma incubadora de empresas de base tecnológica, mas que apoia também quem quer aferir se uma ideia tem potencial de negócio e empresas que queiram estar mais próximas do ambiente universitário.

Arranca com duas empresas (uma na área da multimédia, outra na informática), mas a UP está a contactar outros potenciais interessados. “Os espaços estão criados. Podemos adoptá-los ao tipo de clientes”, assegura ao JPN o director da UPTEC e vice-reitor da UP, Jorge Gonçalves.

Com 3.200 metros quadrados, situada num terreno entre o novo “Edifício das Pós-Graduações” da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e a auto-estrada A3, a incubadora tem capacidade para acolher 300 postos de trabalhos.

Há três grandes modelos de actividade da UPTEC, cujos associados são a UP e a Associação do Parque da Ciência e Tecnologia do Porto. O primeiro trata-se da incubação de empresas propriamente dita – a incubadora simplifica procedimentos e dá apoio legal à formação de uma empresa que tenha um plano de negócios já definido.

Outro modelo é o da pré-incubação, que permite explorar se uma ideia tem potencial de negócio ou não, com o apoio de pessoal especializado. A terceira forma de apoio segue a filosofia “Campus-Empresa”: a UPTEC pode acolher “gabinetes de proximidade” entre a firma e a universidade. A ligação empresa-universidade pode passar também pela inclusão de alunos do primeiro ciclo ou de pós-graduação em projectos empresariais.

“Até aqui as coisas estavam muitas desorganizadas. Não havia um regulamento de propriedade intelectual. A criação do Gabinete de Apoio à Propriedade Intelectual veio regulamentar isto”, reconhece.

Atrair projectos na área da Ciências da Vida

Dentro poucos dias deve ser lançado o concurso público para a construção de outra incubadora de base tecnológica, dedicada exclusivamente às Ciências da Vida e Engenharias Emergentes. O projecto, com cerca de cinco mil metros quatros e orçado em 4 milhões de euros (com apoio do PRIME), destina-se a “atrair empresas e projectos” nesta área para o Porto, beneficiando da existência na cidade de instituições como o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IMBC) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP),

“O Porto tem autoridade e responsabilidade” nesta área. “Há oportunidade de produzir algo em Portugal que permita entrar num mercado muito competitivo mas que tem imensas potencialidades”, argumenta o director da UPTEC, que espera que a incubadora venha “facilitar as relações entre os grupos de investigação que existem cá e empresas internacionais”.

A UPTEC mantém “relações de colaboração com parques tecnológicos”, como o Tecmaia, numa lógica de “complementaridade de serviços” para “facilitar o mais possível a vinda de empresas para a região”. A incubadora quer ainda dialogar com autarquias, como Gaia e S. João da Madeira, para identificar as necessidades das empresas da zona.

Pedro Rios
prr @ icicom.up.pt
Foto: SXC