Um estudo sobre segurança na internet, realizado pela Equipa de Missão, Computadores, Internet e Escola (CRIE), revelou que três em cada quatro estudantes do 11º ano aceitam ir lanchar com um estranho contactado apenas pela Net.

O estudo, que se insere no projecto Seguranet, organizado pelo Ministério da Educação, terminou em Novembro de 2006 e o relatório final foi apresentado à Comissão Europeia, estando agora a espera da aprovação, revelou ao JPN Francisca Soares da CRIE.

Alguns pontos principais já foram, contudo, apresentados ontem num seminário e noticiados hoje pela Lusa. O estudo analisou as opiniões de 76 crianças do 9º ano e 46 do 11º, em Braga, Aveiro, Évora e Faro.

Entre os alunos do 11º ano, 72% admitiram que poderiam aceitar um encontro com um desconhecido. Já nos alunos do 9º ano apenas 36% aceitaram a hipótese. Segundo alguns especialistas, os números estão de acordo com a tendência geral entre os jovens. No entanto, o estudo é pouco representativo devido ao reduzido número de estudantes que foram sondados.

Os “chats”, a pesquisa de informação e o e-mail são as ferramentas mais usadas pelas crianças na internet. A maioria dos encarregados de educação julga que os filhos só usam a internet para realizar os trabalhos de casa.

Os alunos do 11º ano inquiridos gastam entre 11 e 25 horas semanais a utilizar a net. Já os mais novos navegam, em média, 11 horas por semana.

Na totalidade das crianças analisadas, 85% não costumam ter o acompanhamento dos pais ou de outros adultos na forma como devem utilizar a internet. 54% das crianças afirmaram receber conselhos dos pais sobre “sites”, contra 43% que revelaram nunca receber informações dos pais sobre sítios a visitar.

40% dos pais nunca abordou a questão

O estudo também envolveu pais e professores. 40% revelaram que nunca abordaram a questão de segurança na internet com as crianças. 70% dos pais inquiridos têm internet em casa e 31% afirmaram ainda que o computador está presente no quarto dos filhos.

No que toca aos professores, a maioria revelou que estes se preocupam mais em transmitir aos alunos a maneira mais correcta de pesquisar informações do que questões de segurança. Ainda assim, grande parte dos docentes conversam, informalmente, sobre a segurança na rede com os estudantes.

O estudo, que analisou também o impacto das campanhas de prevenção e sensibilização de segurança na net, demonstrou que estas estão mais adequadas para os alunos do 9º, sendo difícil mudar hábitos e atitudes já estabelecidos entre os alunos.

Alice Barcellos
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Foto: Morguefile