Os países em vias de desenvolvimento devem reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com metas adequadas à sua realidade. “O aquecimento climático é um problema global e todos têm a obrigação de agir”, lê-se na declaração final do encontro que os representantes de 13 países, incluíndo os oito mais ricos do mundo, tiveram esta quinta-feira e sexta-feira, em Washington.

O documento [PDF] não é vinculativo, mas, segundo o analista ambiental da BBC, Roger Harrabin, que esteve presente no encontro, indicia uma mudança na sensibilidade para o tema e é vital para a definição do que vai acontecer depois de 2012, ano em que expira o Protocolo de Quioto, que comemora dois anos.

Os países do G8, mais o Brasil, China, Índia, México e África do Sul, apontam 2009 para a conclusão das negociações sobre o protocolo pós-Quioto.

Os representantes dos 13 países apelam aos governos para que na próxima cimeira do G8 em Heiligendamm, na Alemanha, saia um compromisso de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera entre 450 e 550 partes por milhão do equivalente em dióxido de carbono.

O intervalo contempla o objectivo da União Europeia de limitar o aquecimento global a 2º C, no máximo, acima da temperatura pré-industrial.

Os países reconheceram que “o custo da inacção é maior que o custo da acção”. Ou seja, o crescimento sustentável das economias depende de uma “acção urgente” no que toca às reduções das emissões.

Nesse sentido, deve ser criado um mercado global, em que possam ser negociadas emissões de dióxido de carbono. É a forma “mais eficiente e poderosa de estimular o investimento privado na pesquisa, desenvolvimento e aplicação de tecnologias novas ou já existentes” para combater o problema.

Do encontro saiu ainda o reconhecimento de que o Homem é o maior culpado pelo aquecimento global, facto demonstrado no início de Fevereiro pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas.

Pedro Rios
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Foto: SXC