“A luta contra as doenças infecciosas é uma causa política, muito antes de ser uma questão médica”. Jorge Sampaio sublinhou, esta quarta-feira, a urgência de “fazer mais, fazer mais rapidamente e fazer melhor” porque “as emergencias não esperam”.

O ex-Presidente da Repúbica e e actual enviado especial do Secretário-Geral da ONU para o Combate à Tuberculose foi o convidado especial do dia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que comemora 182 anos. Durante uma hora, perante um auditório repleto, Sampaio discursou sobre a “globalização de problemas de saúde e a sua resolução”.

Desde Maio do ano passado que o ex-Presidente da República desempenha funções de enviado especial na luta contra a tuberculose. Jorge Sampaio lembrou à plateia que a tuberculose é uma das doenças mais graves em todo o mundo, provocando 2 milhões de vítimas mortais por ano.

Terminou o seu discurso com uma sugestão aos futuros médicos: organizar no Verão cursos de campo de formação na área da saúde em países de língua portuguesa, “contando com a colaboração maciça dos alunos dos últimos anos de medicina”.

“No passado Verão, em Adis Abeba [Etiópia], um responsável pela saúde de um país africano dizia-me: ‘Vocês têm mais médicos no hospital de Santa Maria do que nós em todo o nosso – extenso, acresceu eu – território'”, contou Sampaio.

Para o ex-Presidente, a formação de alunos em países com carências de cuidados de saúde seria uma forma de “reforçar a responsabilidade social nos futuros médicos e o seu sentido de cidadania global”.

Obras na FMUP ainda este ano

“Temos orgulho na nossa faculdade”, afirmou o director da FMUP. Agostinho Marques dirigiu-se ao reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos, lembrando que a faculdade continua à espera das novas instalações há muito prometidas.

“Para termos uma boa formação, precisamos de condições para tal”, afirmou Agostinho Marques. Na resposta, o reitor explicou que os cortes orçamentais são a principal causa para o atraso nas obras na FMUP. No entanto, prometeu que este ano a situação ficará resolvida.

A manhã ficou marcada ainda pela entrega de prémios aos melhores estudantes de cada ano do curso de Medicina e pela imposição de insígnias aos doutorados.