É uma percentagem significativamente elevada se comparada com as que se verificam noutros países: 30% é a taxa de propensão dos finalistas da Universidade do Porto (UP) ao empreendedorismo. Os estudos realizados no exterior demonstram que o país mais empreendedor é os Estados Unidos com uma taxa de 50%, seguido do líder europeu, a Áustria, com 36%.

Um estudo da docente da Faculdade de Economia do Porto, Aurora Teixeira, revela que os finalistas da Faculdade de Farmácia e Direito são os alunos da UP com mais propensão ao empreendedorismo, com uma média de 36%. Já os estudantes das faculdades de Ciências da Nutrição e Alimentação e de Medicina (14%) apresentam o índice mais baixo.

Os dados apresentados demonstram que as licenciaturas de Ciências do Meio Aquático, Medicina Veterinária, História de Arte, Filosofia, Física, Biologia e Geologia são frequentadas pelos alunos com maior potencial empreendedor.

Do lado contrário estão os cursos de Psicologia, Geografia, Ciências da Nutrição, Medicina, Engenharia Química, Jornalismo e Ciências da Tecnologia do Ambiente.

Pessoas entre 26 e os 30 anos, do sexo masculino, com experiência profissional e vontade de explorar um novo negócio ligado à saúde e serviço a empresas é o perfil de um potencial empreendedor da UP, indica o estudo, apresentada na Semana do Empreendedorismo da Faculdade de Letras, que decorreu na semana passada.

Há ideias, mas há pouca preparação

Grande parte dos finalistas considera que o curso é pouco adequado para montar um negócio por conta própria e que não possuem conhecimento suficiente.

A possibilidade de falência, a incerteza na remuneração e a instabilidade estão na base do baixo índice de empreendedorismo. Ter ideias novas não consiste num problema – a falta de apoios financeiro e institucional e a complexidade do processo administrativo são as maiores barreiras.

64% dos inquiridos vê o sector da consultoria, actividades recreativas e culturais, ensino, informática, saúde e desportivas como as áreas de actividade de maior preferência para iniciar um negócio. Menos atractivos são os sectores relacionados com os serviços de transporte, indústria do papel, madeira e mobiliário, correios e telecomunicações ou indústria de equipamentos de rádio, televisão e aparelhos.