A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, pretende fechar 900 escolas do 1º ciclo no próximo ano lectivo.

As escolas vão ser encerradas depois de, localmente, se encontrarem alternativas viáveis para colocar os alunos. De acordo com a Lusa, a ministra da pasta da Educação argumenta que esta é uma solução para o “problema das escolas de reduzida dimensão e das escolas abandonadas”.

Em declarações ao JPN, Manuela Mendonça, da Federação Nacional de Professores (Fenprof), concorda com a decisão do Governo, mas deixa alguns alertas: “tem de se acautelar sempre, quando se encerra uma escola, que a escola de atendimento representa as mais-valias pedagógicas para os alunos”.

“Consideramos inaceitável a situação que aconteceu já o ano passado em muitos sítios em que as crianças são deslocadas para escolas com piores condições que as escolas que encerraram, com problemas de transportes e de refeições”, acrescenta.

O encerramento destas escolas assentará em dois critérios: ou terem menos de 20 alunos e uma taxa de sucesso escolar inferior à média nacional, ou possuírem menos de 10 alunos.

“Se elas se encerrarem, nós temos menos essa dor de cabeça e enfrentamos o futuro com outra disposição. Então [o país] está em condições de enfrentar o desafio da construção dos centros escolares, da modernização das escolas”, sustentou Maria de Lurdes Rodrigues.

Contudo, para Manuela Mendonça, esta é uma medida que deve ser melhor ponderada no caso do interior do país. “Temos manifestado preocupação por uma situação generalizada de encerramento de escolas no interior, porque nos parece que há aqui uma perspectiva, que se vem acentuando, de desertificação de interior e de litoralização do país”, diz.