A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), por intermédio do economista-chefe Jean-Philippe Cotis, instou o Banco Central Europeu (BCE) a suspender a política de aumento do preço do dinheiro. Em reacção às declarações da OCDE, Axel Weber, do BCE, afirmou que o banco não pode “excluir a possibilidade” de novos aumentos.

O “recado” da OCDE dirige-se não só ao BCE mas também à reserva federal norte-americana e ao banco central do Japão e parte do facto de a inflação estar contida. No entanto, o apelo foi mais veemente no caso do BCE, uma vez que a Zona Euro já assistiu a sete aumentos dos juros nos últimos quinze meses.

A OCDE considera não haver razão para novas alterações uma vez que a inflação não foi tão elevada como o previsto e que não existem preocupações em relação à estabilidade dos preços. O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, considerou pouco provável o BCE acatar a sugestão da OCDE, uma vez que nunca o fez antes.

O BCE subiu recentemente as taxas directoras para 3,75%, perspectivando logo de seguida um novo aumento, em princípio, para Junho. Com as declarações, entre outros, de Axel Weber, há a possibilidade de subidas acima dos 4%.

Face às notícias, os mercados estão a reagir em alta. A Euribor a seis meses chegou aos 4,003% nesta segunda-feira. Trata-se do valor mais alto desde Setembro de 2001. O aumento do preço do dinheiro começa a preocupar quem contraiu empréstimos à habitação.

Também o euro registou uma valorização em relação ao dólar norte-americano, graças à subida dos juros.