Paulo Frias, ou PalUP Ling, apanha banhos-de-sol enquanto dá aulas. Lecciona a cadeira de Hipermédia & Estruturas Narrativas na Universidade do Porto. Mas a turma pouco pára pela cidade Invicta. Uma vez no Second Life (SL), um mundo virtual na Internet, é costume darem a aula na praia ou, se esta estiver muito concorrida, num auditório.

Cada aluno da turma do 3º ano de Multimédia de Jornalismo e Ciências da Comunicação criou o seu próprio avatar (personagem virtual). Navegam no mundo virtual em todas as aulas. É lá que publicam matérias e se discutem assuntos sérios ou menos sérios.

“Existe uma parte social, onde voamos e falamos a voar. No outro dia até nos encontramos numa festa de portugueses à noite. E depois existe a parte pedagógica: via grupo, conversas e blogue“, criado exclusivamente para trocarem impressões sobre as experiências dentro do mundo SL, diz o professor Paulo Frias.

Rita Sousa (LiaUP Ling no SL) já era viciada em The Sims, mas prefere o Second Life: “Aqui não tens que comer, nem ir à casa de banho. Não há jogo, há os nossos objectivos próprios”. A aluna de Multimédia confessa que em casa dedica já muito tempo para navegar no SL. A colega Vânia Cardoso (LiliUP Ling) admite: “Não deixaria de sair [de casa] na vida real, mas corre-se esse risco”.

As aulas desta turma tornaram-se mais estimulantes. Nas próximas semanas vão ser convidados jornalistas e outros especialistas estrangeiros a dar a lição – através do SL, claro está.

O próximo passo é “ter uma ilha” da Universidade do Porto no mundo virtual, explica Paulo Frias. “Desta forma, as várias faculdades podem participar: os colegas de Engenharia podem fazer os objectos, enquanto os de Arquitectura os edifícios, por exemplo”.