“Não merecem credibilidade nenhuma”. É desta forma que o presidente da Associação Académica da Universidade Independente (UnI), Hermínio Brioso, reage às notícias que davam conta que o Ministério do Ensino Superior (MCTES) poderia retirar o reconhecimento legal da instituição.

“A única informação que temos da parte do senhor mininistro é que realmente vai continuar a aferir as condições de funcionamento da universidade”, revelou ao JPN Hermínio Brioso, que esteve reunido esta quarta-feira com um assessor do MCTES.

O dirigente associativo garante que não foi colocada a possibilidade de a universidade fechar as portas. “O próprio comunicado do MCTES não refere isso”, insiste. “A Inspecção Geral está a fazer o seu trabalho que é apurar as condições de funcionamento em função das alterações das circunstâncias de ontem [terça-feira]”.

Reitor receia que seja retirado reconhecimento

O reitor da UnI, Luiz Arouca, afirmou esta quarta-feira à agência Lusa que receia que “seja retirado o reconhecimento à universidade porque isto já não é uma universidade mas um cóio de golpistas que quer encher os bolsos”.

O MCTES, através da Inspecção-Geral, vai continuar a avaliar a direcção, os responsáveis pedegógicos e científicos e a viabilidade económico-financeira da UnI.

Nas palavras de Hermínio Brioso, o objectivo da reunião foi “apurar directamente a posição do próprio ministério em consequência das notícias que vieram na comunicação social e que nós tencionávamos tirar a limpo”.

Terça-feira, a direcção da UnI, que havia sido demitida a 26 de Fevereiro, retomou controlo da instituição, depois do Tribunal do Comércio de Lisboa considerar ilegal o seu afastamento. O reitor Luiz Arouca, responsável pela demissão da direcção, foi suspenso do cargo.

Regresso às aulas longe da normalidade

Os 2.400 alunos da UnI voltaram terça-feira às aulas 23 dias depois, mas o ambiente ainda está longe de ser o ideal, apesar de a maioria dos professores anteriormente demitidos por Luiz Arouca terem retomado funções. “As pessoas estão desmotivadas e afectadas com todos estes últimos acontecimentos”, refere Hermínio Brioso.

O regresso à normalidade já foi, no entanto, prometido pela direcção da instituição. “Aquilo que me foi transmitido é que a universidade iria funcionar nos mesmos moldes do que antes do dia 26”, revela o representante dos alunos.

Apesar de tudo, Hermínio Brioso considera que a imagem da UnI sai bastante prejudicada de todo este processo. â€œÉ óbvio que tememos que a nível imediato afecta a credibilidade”, reconhece o dirigente, que espera, ainda assim, que a universidade “siga em frente”, dando continuidade aos resultados obtidos pelos seus alunos. E exemplifica: o ingresso à Ordem dos Advogados foi de “100% na última prova de agregação”.