Por entre declamações e dramatizações, Rui Reininho, Jorge Loureiro e Kika Santos deram esta terça-feira vida e voz à poesia de Júlio Dinis, Almeida Garrett, António Gonzaga, entre outros. Uma selecção de poetas que nasceram, viveram ou se inspiraram na cidade do Porto.

Com o primeiro passo dado na reitoria da Universidade do Porto e de crachás trocados, Rui Reininho, vocalista dos GNR, deu entrada na livraria Lello & Irmão, recitando poemas de Eugénio de Andrade. No café “Piolho”, o actor Jorge Loureiro declamava a poesia de José Fontinhas.

Enquanto a população acompanhava as palavras declamadas, o cantor e o actor apelavam à vinda das pombas até à Praça dos Leões, lançando milho para o ar.

De volta ao ponto de partida, o átrio da reitoria foi palco das recitações. Palavras que ecoavam os corredores do edifício sob o compasso do gongo. No cimo das escadas, Rui Reininho, à esquerda, e Jorge Loureiro, à direita, proferiam e cantavam poemas daquele que foi o mais recitado e “pop vate” do seu tempo, Soares de Passos, bem como outros poetas portuenses.

Seguiram até ao 4º andar onde a vocalista dos Loopless, Kika Santos, esperava para uma vídeo-conferência a partir de Lisboa. Ao som da música, foram proferidos poemas de Florbela Espanca, Sophia de Mello Breyner, António Jacinto e António Agostinho Neto.

“Todos somos um pouco poetas e loucos”, afirmou Jorge Loureiro, demonstando que é importante “recordar sem bairrismos” num jogo com “as palavras, com a época, com o tom”. O cantor dos GNR lembrou que “a poesia está nas pessoas”. Desafiado a fazer um poema no momento, Reininho disse viver das trovas mais do que escrevê-las.

Demonstrar a importância da cultura e divulgar a universidade na sociedade foi o intuito da iniciativa que antecedeu o Dia Mundial da Poesia, afirma o reitor da UP, Marques dos Santos.