“Cabal” é o nome do jogo “on-line” que é um fenómeno de popularidade na China e noutros países. Uma combinação de guerreiros e monstros num ambiente de fantasia atrai milhões de pessoas, entre os quais, batoteiros que usam software ilegal para acelerar os movimentos do jogo e, desta forma, ter vantagem em relação aos outros jogadores.

A Moliyo, empresa responsável pelo jogo, decidiu cobrar meio litro de sangue aos batoteiros que queiram ser readmitidos. Trata-se de sangue real e não virtual, que será doado num centro de saúde e utilizado para fins hospitalares. É uma forma dos jogadores mostrarem uma prova de boa acção e ao mesmo tempo voltarem ao jogo (três dias depois da doação). Nos últimos meses, mais de 120 mil chineses foram expulsos do “Cabal”.

“Com esta actividade queremos incentivar o amor pela sociedade”, disse um representante da Moliyo, citado pela Lusa. A China tem um grande défice de sangue nos hospitais devido a crenças tradicionais que afirmam que a doação de sangue é prejudicial à saúde. Por outro lado, os casos de infecção com o vírus da Sida em centros médicos chineses nos anos 90 assustaram potenciais dadores de sangue.

Na China, a indústria de jogos de Internet aumentou em 73% em 2006, realçando cada vez mais a “febre” dos jogos em que, muitas vezes, se confunde o mundo real e o virtual.