“Orgulho” no passado e “confiança no futuro”. É o que pede Durão Barroso, por altura do 50º aniversário da assinatura dos Tratados de Roma, que será comemorado no domingo pelos líderes da União Europeia (UE), em Berlim.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Comissão Europeia sustentou que a Declaração de Berlim, aprovada na capital alemã pelos governos dos 27, deverá “criar a percepção” para a importância de solucionar o actual impasse da revisão institucional.

Trata-se de um “problema pendente” que prejudica o funcionamento eficaz das instituições comunitárias, que assistiram ao aumento do número de países-membros desde 1957 – eram seis, hoje são 27.

Durão Barroso está convicto de que a Europa deve reforçar a posição actual de “gigante económico” e crê que “pode fazer ainda mais” politicamente no contexto internacional. No entanto, sublinhou que, para esse reforço das instituições europeias, é imprescindível que se resolva a questão de eficiência das mesmas. Uma menção ao actual problema na aprovação daquilo que seria uma Constituição Europeia, um texto que foi reprovado em referendo pelos franceses e holandeses em 2004.

A Declaração de Berlim representa um marco dos 50 anos da integração da Europa. Avivará os sucessos da UE nomeadamente no que respeita ao longo período de estabilidade do continente e delineará as metas para os 50 anos futuros.

Balanço “muito positivo”

O balanço que Durão faz das últimas cinco décadas é “muito positivo”. Trata-se de um período que partiu de um continente dividido e que hoje se apresenta com 27 países “livremente associados”, integrados num projecto “notável de liberdade e solidariedade”.

A adesão de Portugal traduziu-se na saída do país do marasmo. Nas palavras do presidente da Comissão Europeia, o país transitou de uma situação de “quase obscurantismo” e de “atraso económico, social e cultural” para uma de “grande dignidade” entre os países mais avançados do mundo.

O país tirou partido da “solidariedade europeia” e presentemente é capaz de exercer influência junto daquele que é “o conjunto mais coerente e estruturado de democracias”, referiu à Lusa.

O processo de integração europeia começou com a assinatura dos Tratados de Roma, que instituíram a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom), incluindo a França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, em 1957.