Carrinhos de compras que seguem os clientes, um “mini-carteiro” que vai distribuindo correspondência pelos gabinetes de um escritório, um carro de rali que respeita as regras de trânsito, robôs “capazes” de identificar intrusos ou transportadores de botijas de gás foram alguns dos inventos mostrados esta quarta-feira no átrio de entrada do edifício do pólo de Guimarães da Universidade do Minho (UM).

São criações dos estudantes do 3º Ano do curso de Electrónica Industrial. As equipas de alunos apresentaram os aparelhos por elas criados durante o primeiro semestre, sob a batuta do professor Fernando Ribeiro, coordenador da licenciatura.

A mostra contou também com outras equipas que construiram aparadores de relva “inteligentes”, aparelhos que recolhem objectos ou até robôs futebolistas, com pontaria certeira para a baliza.

O objectivo é treinar os alunos para que “no final do curso sejam capazes de criar soluções robóticas e comercializá-las”, explica Fernando Ribeiro.

O coordenador da licenciatura é um dos impulsionadores da robótica a nível académico, tanto na Universidade do Minho como no resto do país. O professor refere que para a elaboração dos aparelhos, os estudantes recorreram a materiais reciclados. Baterias de telemóvel, peças electrónicas, limpa pára-brisas, pneus e até peças de sucata foram habilidosamente empregues pelos alunos na confecção das suas obras.

A iniciativa serviu como “aperitivo” para a “RoboParty 2007”, evento que a Universidade do Minho e a empresa SAR – Soluções de Automação e Robótica – organizam em Guimarães entre 23 e 25 de Março, e que tem como mote ensinar os jovens participantes a construir um robô e que terá no programa palestras e competições.

Mostra facilita salto para mercado de trabalho

“Os alunos fizeram trabalhos muito bons. Foram nove robôs autónomos, com muita tecnologia, sem orçamento. Foi precisa muita imaginação, engenho e arte”, diz Fernando Ribeiro, que crê que iniciativas como esta são “importantes não só para a divulgação do curso e dos trabalhos dos alunos”, como para o futuro dos estudantes, já que “é através deles que ficarão conhecidos”.

O final da mostra não dita a “morte” ou esquecimento dos robôs. Fernando Ribeiro assegura que “os aparelhos mais bem construídos, de três ou quatro grupos, vão continuar a ser adaptados com mais tecnologia”. Os outros não terão continuidade, em princípio, embora os estudantes possam continuar a trabalhar neles se o desejarem.

Apesar de a Mostra de Electrónica Industrial estar integrada no âmbito de uma cadeira semestral da licenciatura, “quase todos os projectos, como é o caso da equipa de futebol de robôs, são extra-curriculares”.