Na hora de assumir uma “ambiciosa tarefa”, o novo presidente do Conselho de Administração (CA) do Hospital S. João, António Ferreira, prometeu desenvolver uma gestão de qualidade, transparente e garantiu a substituição do tradicional livro de ponto por um método adequado a uma “gestão moderna”.

“Comprometemo-nos em levar a cabo a ambiciosa tarefa de tornar a gestão deste hospital numa questão de processos, liderados por pessoas, mas suficientemente autónomos, assentes em padrões organizativos de elevada qualidade e sustentados por critérios claros e transparentes, de forma a que a vida do hospital deixe de depender de pequenos interesses pessoais”, afirmou António Ferreira.

Recordando que o caminho a seguir começou há cerca de um ano e meio com o anterior CA presidido por José Eduardo Guimarães, o novo presidente do HSJ destacou a implementação de “um conceito novo, original e único de organização clínica”.

Nesse sentido, António Ferreira pretende no seu mandato “promover uma verdadeira autonomização das Unidades Autónomas de Gestão (UAG), para que deixem de ser meros centros de responsabilidade de custos e se transformarem em centros de responsabilidade integrada”.

“Humanização”, a palavra-chave

Depois de um ano em que os serviços de urgência foram assegurados em contentores pré-fabricados, os utentes do Hospital S. João têm, a partir de agora, um novo espaço de atendimento mais moderno e conforme as necessidades mais prementes.

Para além de seis circuitos diferenciados de doentes com outras tantas áreas de espera diferentes, o novo serviço conta agora com três novas áreas: uma sala de acompanhantes dos doentes com “condições dignas e de conforto”, um serviço informativo que permite ao acompanhante recolher informação e uma sala de família, em que o médico pode ter uma conversa mais privada com a família do doente.

“É uma aposta num modelo muito específico, com equipas de enfermeiros, auxiliares de acção médica e 38 médicos, muitos deles especializados em medicina interna, portanto, com garantia de qualidade no atendimento”, revelou o director do Serviço de Urgência do HSJ, José Artur Paiva, para quem a “humanização” é a grande aposta destas novas instalações.

Fim do livro de ponto, a promessa

No seu discurso de posse, António Ferreira considerou que o HSJ passou a ser uma unidade de “mente aberta” nas relações com parceiros e deu “alguns passos tímidos” no sentido de se tornar mais acolhedor e humano.

O novo presidente do CA do hospital destacou ainda os resultados “verdadeiramente excepcionais” alcançados em 2006 como os aumentos nas cirurgias adicionais, programadas e urgentes e a redução de 4,8% nos gastos em medicamentos e dos custos de horas extraordinárias.

“Quebrámos o mito da ingovernabilidade do HSJ e lançámos as bases para sustentar uma nova credibilidade e o renascer da autoconfiança tão abaladas nos últimos anos”, sublinhou.

Quanto ao sistema electrónico de vigilância, o novo presidente assegurou o fim do livro de ponto, “um método ultrapassado e inadequado a uma gestão moderna de recursos humanos”.

“Não existe alternativa que não seja a substituição dos tradicionais livros de ponto”, disse, sem avançar, contudo, a solução que será implementada.