A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) tem 80 novos autocarros movidos a gás natural: 30 veículos articulados e 50 standard. Com este reforço, a frota da empresa é constituída por 493 autocarros, dos quais 255 são a gás natural.

Esta ampliação foi “uma boa opção”, afirmou a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, na cerimónia de apresentação dos novos autocarros, na estação de recolha de Francos da STCP.

“Insere-se no conjunto de medidas que visam a redução das emissões de gases de efeito estufa, com vista ao cumprimento das metas do Protocolo de Quioto”. Este era, aliás, um dos objectivos já anunciados pelo Governo, no âmbito do Programa Nacional para as Alterações Climáticas.

A secretária de Estado dos Transportes lançou o desafio: “a STCP está muito à frente da Carris”. Uma vez que o sector dos transportes é aquele que mais contribui para a emissão de gases de efeito estufa, é necessário “tomar medidas certeiras”. “A entrada destas novas viaturas ao serviço é uma medida que responde positivamente a este desafio”, concluiu Ana Paula Vitorino.

Ambiente, acessibilidade, conforto e poupança

Com menores emissões de gases e partículas poluentes, estas viaturas vão contribuir para uma melhor qualidade de vida urbana.

Estão também equipados com piso rebaixado, de forma a facilitar a entrada e saída das pessoas com mobilidade reduzida. Uma iniciativa que “promove a inclusão e a equidade social”, segundo Ana Paula Vitorino.

O custo por quilómetro com gás natural representa 73% do custo no caso do gasóleo e reduz a necessidade de manutenção por não haver trocas de óleo. É, por isso, um combustível mais económico, mas também mais seguro, porque em caso de acidente o gás dissipa-se, sem criar riscos de incêndio.

A presidente da STCP, Fernanda Meneses, classificou este como “um bom momento da empresa”, depois de “momentos de perturbação”.

A nova frota vai ser paga através de uma renda de 3,5 milhões de euros durante 13 anos.

“Não somos considerados utentes, mas sim marginais”

Um grupo de representantes do Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto esperava à porta da estação de recolha de Francos para entregar uma carta de protesto à secretária de Estado. A missão não foi bem sucedida. “Fomos postos cá fora, não somos considerados utentes, mas sim marginais”, afirmou Cecília Lima, uma das utentes, aos jornalistas.

No texto, pedem “a suspensão da Nova Rede [da empresa] até que a Autoridade Metropolitana de Transportes seja empossada e, em diálogo com os diferentes operadores de transporte e os utentes, defina a rede de transportes públicos de passageiros que sirva as populações”.

No próximo dia 4, o movimento vai ser recebido pela administração da STCP para que os utentes possam apresentar as suas propostas.

Sobre o assunto, a secretária de Estado mostrou-se a favor da mudança na rede dos autocarros do Grande Porto, considerando que os protestos partem de uma minoria de utentes insatisfeitos. “Apoio totamente o conselho de administração da STCP”, disse.