No dia em que o Irão anuncia o início do processo de enriquecimento industrial de urânio, o presidente Mahmud Ahmadinejad salientou que o país irá “defender os seus direitos até ao fim”, segundo a agência AFP. O lider iraniano sublinhou que o caminho do país rumo ao desenvolvimento é irreversível.

Em declarações efectuadas na unidade de enriquecimento de urânio de Natanz, o secretário do Conselho Supremo iraniano para a segurança nacional, Ali Larijani, advertiu que se as pressões das grandes potências mundiais continuarem, o Irão irá reconsiderar a adesão ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

O departamento de Estado norte-americano reagiu, considerando que o novo “desafio” lançado pelo Irão justifica as sanções aplicadas ao país pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a actividade nuclear.

O anúncio do início da fase de enriquecimento industrial de urânio foi feito nesta terça-feira, no âmbito das comemorações do Dia nacional da Energia Nuclear.

Na unidade de Natanz, no centro do Irão, Gholam-Reza Aghazadeh, presidente da organização de energia atómica iraniana, celebrou a industrialização do processo de enriquecimento de urânio. Aghazadeh anunciou ainda a produção em massa de centrifugadoras para levar a cabo o projecto.

Em Fevereiro, Teerão informou a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) que tinha a postos duas séries de 164 centrífugas, além de outras duas que estavam a ser instaladas. O objectivo era atingir cerca de 3.000 centrífugas até o mês de Maio.

No entanto, o director da organização de energia atómica iraniana afirmou nesta terça-feira que a meta não se limita aos três milhares de centrífugas. Aghazadeh avançou que está tudo preparado para a instalação de 50 mil unidades.

Só com 3.000 centrífugas, o Irão conseguiria fabricar uma quantidade de urânio enriquecido suficiente para construir uma bomba nuclear, num periodo de seis meses a um ano.

A União Europeia e os EUA receiam que o Irão possa estar a desenvolver uma bomba atómica, mas Teerão continua a refutar a acusação e afirma que o programa nuclear tem objectivos civis.