A 24.ª jornada terminou com sinal amarelo para o Benfica. O empate no Municipal de Aveiro veio complicar as contas do título, deixando os encarnados a três pontos do líder FC Porto e com apenas um de vantagem sobre o Sporting. Com seis jornadas por jogar, chegou o momento em que a margem de manobra é cada vez menor: aquele que menos errar será o campeão.

Ao somar o segundo empate seguido e com um calendário mais exigente que os outros candidatos, o Benfica perdeu nas duas últimas jornadas quatro pontos que podem ser cruciais para as contas finais do campeonato. A sobrecarga de jogos começa a notar-se na forma de alguns jogadores e caso consigam alcançar as meias-finais da UEFA, os encarnados terão que enfrentar mais uma semana como esta, com três jogos no espaço de oito dias.

Um desgaste físico e também psicológico, propício a deslizes como este em Aveiro, e que pode ser aproveitado pelos rivais. De regresso às vitórias, o FC Porto goleou e mostrou porque é equipa mais concretizadora da Liga – está a apenas dois golos dos 52 que marcou a época passada em 33 jornadas.

O Sporting não marca tanto, mas não sofre tantos e por isso é a defesa menos batida dos campeonatos europeus. Em Braga, os “leões” passaram com nota positiva, que saiu valorizada depois da escorregadela do rival em Aveiro, e voltaram a mostrar, na quarta vitória consecutiva, que ainda acreditam no título.

De Belém para a Europa

A derrota do Braga e a vitória sobre a União de Leira colocou o Belenenses no quarto lugar, com mais dois pontos que os bracarenses. A turma de Jorge Jesus assume-se, a par do Braga, como o grande favorito a um lugar europeu, podendo repetir uma posição na tabela que já não alcança desde a longínqua temporada de 1963/1964.

Nesta luta europeia pode ainda intrometer-se o Paços de Ferreira, isolado no quinto lugar, depois do triunfo suado sobre o Nacional. De resto, muito dificilmente haverá mais intrusos. Com apenas uma vitória nos últimos seis jogos, União de Leiria e Marítimo, envolvidos na luta há algumas jornadas atrás, estão em queda livre na tabela. Um percurso idêntico até no banco: leirienses e insulares foram as últimas equipas a trocar de treinador.

Mudanças que não aconteceram nem no Estrela da Amadora – apesar do início de época titubeante de Daúto Faquirá – nem na Académica – onde a irregularidade da equipa não faz desistir Manuel Machado. Nesta jornada, as duas equipas encontraram-se na Reboleira e uniram-se num hino ao espectáculo, o mesmo é dizer, aos golos, com três para cada lado.

Mais tranquilos estão a Naval 1.º de Maio e o Boavista, ainda assim, longe de “conquistas europeias”. Em nítida recuperação desde que Jaime Pacheco assumiu o comando técnico, os boavisteiros voltaram a confirmar a dificuldade em vencer na condição de visitante. Desta vez perdeu na casa do Desportivo das Aves, que já não vencia há quase quatro meses. Uma vitória que aproxima os avenses do Beira Mar e do Vitória de Setúbal, ainda assim, insuficiente para largar a lanterna vermelha da Liga.