Com início em 2004, o Festival Audiovisual “Black & White” é uma iniciativa da Escola das Artes da Universidade Católica, do Porto, que tem uma dimensão internacional. A edição deste ano, marcada para 19 a 21 de Abril, recebeu trabalhos de 25 países, mas só 14 países é que estão em competição.

Portugal, Reino Unido, Alemanha e Brasil foram os países com maior número de trabalhos submetidos. Tailândia, S. Tomé e Príncipe, Ilhas Faróe, Singapura, Taiwan e Irão fazem parte do leque de países estreantes.

Foram seleccionados 30 vídeos (nove ficções, sete experimentais, sete animações, quatro vídeos musicais e três documentários), 14 sequências fotográficas e nove áudios para competição.

A grande novidade da 4ª edição do festival é que, pela primeira vez, foram recebidas mais ficções do que vídeos experimentais. “A ficção nem sempre é a área que mais se submete, porque implica recursos e processos muito mais complexos do que, por exemplo, um documentário, não desvalorizando a importância que cada género possa ter”, justificou Álvaro Barbosa, da direcção do evento, na apresentação do certame, hoje, quarta-feira.

O facto de não haver uma “leitura imediata”, como na fotografia e no vídeo, a dificuldade de exprimir o preto e o branco no áudio e, também, a falta de tradição nesta área explicam a menor participação de trabalhos de áudio em relação às outras duas categorias a concurso (vídeo e fotografia). “Existem festivais, mas é sempre no domínio da música. Não há grande tradição e as pessoas aos poucos estão a habituar-se a submeter”, esclareceu.

Os realizadores Michael Unger (EUA) e Carlos Ruiz (Espanha/Portugal), o animador de rádio Bob Boilen (EUA), o compositor português Carlos Zíngaro e a fotógrafa búlgara Galina Usheva constituem o júri desta 4ª edição do Black & White.

Álvaro Barbosa destaca a importância de preservar a estética do preto e branco. “Muitas vezes conseguimos resultados mais interessantes se partirmos de um universo de escolha mais limitado, como é o caso da palete do preto e branco, do que se tivermos todo o universo à nossa disposição. Esta é uma opção, um caminho que muitos criadores seguem ainda hoje”.

Festival sem apoio do ICAM

O “Black & White” não tem o apoio do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM). O financiamento é assegurado pelos patrocinadores e pela Universidade Católica. “Como é uma iniciativa promovida por uma universidade não encontram o enquadramento correcto dentro da legislação deles para nos poderem apoiar”, justificou Álvaro Barbosa.

O festival vai realizar-se de 19 a 21 de Abril, no Campus da Foz da Universidade Católica, no Porto. Nas sessões de competição, é necessário pagar 3 euros; para os restantes eventos a entrada é gratuita.

O filme “Gravity”, de Michael Unger, em estreia em Portugal, inaugura o festival. No último dia, o destaque vai para o Encontro Podcast, que terá a participação de Francisco Mateus, Edgard Costa, Pedro Dias e Bob Boilen.

Todos os dias vai haver “Conversas ao Café”. Jaime Neves, da direcção do evento, afirmou que é “um dos pontos mais importantes do festival”. “Serão momentos de relaxamento, em que toda a gente – público, jornalistas, júri e convidados – pode falar de igual para igual”, acrescentou.