Começou esta quinta-feira e termina este sábado o festival de artes digitais Lovevideo 2007, no espaço Contagiarte, na Rua Álvares Cabral, no Porto.
O “Lovevideo”, que vai na quarta edição, quer promover “a troca de ideias e experiências” e fazer “algo efectivamente diferente, ainda que no campo experimental, que dê uma outra leitura do conceito de arte digital”, diz a directora da produção, Ana Saltão. O programador António Pires salienta que “o digital é a actualidade”.
As criações artísticas na área da música e do vídeo são as que mais de destacam nesta edição do “Lovevideo”. No entanto, as artes digitais não se resumem a curtas-metragens, instalações e música. “Há muitas formas diversificadas de se poder criar e desenvolver a arte digital e um dos objectivos do festival é tentarmos fazer esse cruzamento de experiências para poder dá-las a conhecer e a partir dessas até se descobrir outras”, diz a directora.
O festival dá aos estudantes das artes digitais a oportunidade de terem “um espaço que os acolhe e onde podem promover, mostrar, criar tertúlias sobre os seus próprios trabalhos”. No último dia do festival, a partir das 22h45, vão ser apresentados trabalhos de estudantes da Universidade Católica e da Escola Superior Artística do Porto.
Um retrato do público
O espaço Contagiarte tem com principal objectivo a formação e a sensibilização de públicos para as diversas áreas artísticas. Ana Saltão considera que o público desta cultura digital “ainda está em formação, porque as artes digitais ainda estão um pouco por ser descobertas”.
A directora de produção caracteriza ainda o público como “muito específico, normalmente muito ligado à área” e “criativo”. A maioria das pessoas que procura o “Lovevideo” tem idades compreendidas entre os 25 e os 35 anos.
Vídeos do YouTube marcam primeira noite
O destaque da primeira noite do Festival Lovevideo foi para a projecção de vídeos do “site” YouTube, seleccionados pelo programador do festival, António Pires. Foram exibidos alguns dos vídeos mais vistos no YouTube e meia hora foi destinada à projecção de “trailers” de filmes de terror dos anos 50 e 60.
Antes do início da sessão, António Pires abordou o objectivo: “na base do experimentalismo técnico e visual, vamos ver qual é o impacto em termos visuais e do pensamento das pessoas”. “A função deste festival de vídeo é experimentar”, afirmou, convicto.
“Meu Fado Meu“, “Vicent Price“, “The Toxic Avenger“, “O Rambo não acredita no Pai Natal” foram alguns dos vídeos que mais agradaram às cerca de 25 pessoas da assistência do Estúdio 2.
“Canções electrónicas para a Tanny Poller” foi um momento em que a música electrónica se cruzou com a música clássica. A ideia foi “convidar músicos com formação clássica, que têm projectos mais alternativos na área da música digital, e que, por sua vez, desafiaram uma cantora lírica para vir cantar”, explicou Ana Saltão.