Depois das parcerias com o MIT, a Universidade de Carnegie-Mellon e a do Texas, agora é a vez de Portugal iniciar a colaboração com a Universidade de Harvard na área da Saúde. O objectivo é estimular a internacionalização e e a cooperação entre as sete faculdades de medicina portuguesas e os laboratórios e centros de investigação na área das ciências biomédicas.

O acordo, que é assinado hoje, segunda-feira, entre o Estado português e a Harvard Medical School da Universidade norte-americana, visa a produção e divulgação de conteúdos médicos, sobretudo para estudantes, docentes e investigadores de medicina, mas também para profissionais e para o público em geral, no sentido de promover a divulgação desses conteúdos em língua portuguesa. Está ainda prevista a possibilidade de desenvolver programas de cooperação em formação pós-graduada em áreas biomédicas e de investigação clínica.

“Esta parceria tem quatro objectivos fundamentais: promover uma política de divulgação de conhecimentos, divulgar conhecimentos para o público em geral através de plataformas na Web, desenvolver programas de formação e investigação ambiciosos e avançados numa política bidireccional de transmissão de conhecimentos e criar com Harvard projectos de colaboração muito apertados como intercâmbios de professores ou construção de programas de cooperação”, explica ao JPN Deolinda Lima, vice-presidente do Conselho Científico da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Nos quatro primeiros meses da parceria, vai proceder-se à avaliação de estratégias por docentes e investigadores de Harvard em conjunto com os colegas portugueses, de forma a encontrar áreas potenciais de colaboração.

Universidade do Porto aplaude iniciativa

Deolinda Lima não tem dúvidas de que esta será uma oportunidade para “promover o empreendedorismo” no domínio da saúde e reforçar a notoriedade que a medicina portuguesa já alcançou no exterior.

“O reconhecimento [das faculdades de medicina portuguesas] e o nosso desempenho podem ser, de facto, melhorados se encontrarmos parceiros de qualidade, porque nos dá a oportunidade de conversar com outras pessoas que têm outras ideias, trabalham de outra maneira e que podem pôr à disposição tecnologias ou até grupos de doentes para investigação aos quais neste momento não temos acesso”, argumenta a professora catedrática da FMUP, salientando que o objectivo da parceria é “melhorar a investigação em Portugal, mas também em Harvard”.