O primeiro-ministro afirmou que “a partir de hoje o Estado vai apoiar o ensino português como nunca fez” e apostar na “internacionalização das patentes portuguesas”. José Sócrates disse ainda que o Governo vai realizar “o maior aumento que há memória em investimento científico”, porque “é crítico para que tenhamos sucesso económico no nosso país”.
Sócrates discursou na cerimónia de formalização do acordo para a instalação do Instituto Fraunhofer em Portugal, assinado esta quarta-feira pelo ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago, e pelo secretário de Estado alemão para a Educação e Investigação, Frieder Meyer-Krahmer.
Aquele que será designado de Instituto para Investigação Aplicada em “Tecnologia, Aplicações e Serviços para Ambiente” será o primeiro Instituto Fraunhofer na Europa fora da Alemanha. A Fundação para a Ciência e Tecnologia financia o projecto com um orçamento anual, entre 2007 e 2009, de seis milhões de euros.
A implantação do instituto em Portugal é uma “decisão de estratégia para a Alemanha e também para nós”, revelou o primeiro-ministro, que acrescentou que esta decisão demonstra “confiança, por parte da Alemanha, em Portugal e nas suas políticas, mas, sobretudo, no sistema científico português”.
Sócrates identificou como principais áreas de cooperação as tecnologias de informação e comunicação, a biotecnologia, a nanotecnologia e a logística.
A falta de investimento das empresas portuguesas em I&D (Investimento e Desenvolvimento) foi lamentada pelo primeiro-ministro. Porém, Sócrates realçou que o acordo assinado é “um passo decisivo nessa aposta” e uma prova de que “a estabilidade da política científica vai-se manter”.
“Oportunidade extraordinária para o desenvolvimento europeu e científico”
Mariano Gago sublinhou que “a importância internacional do trabalho científico português foi verificada”. O acordo permite que se estabeleça uma ligação entre a comunidade científica e empresarial e a sociedade, que o ministro considera ser “essencial num país tão pessimista como o nosso”.
“Há uma nova dinâmica” num “Portugal inovador” resultante das mudanças tecnológicas dos últimos anos. Gago lembrou que o país tem vindo a desenvolver parcerias entre universidades nacionais e parceiros estrangeiros.
O futuro director do Instituto Fraunhofer em Portugal, José Encarnação, considerou que a abertura deste organismo de investigação “terá fortes implicações ao nível da inovação”.
A Sociedade Fraunhofer é a maior instituição europeia de investigação. Mais de 12.500 pessoas trabalham na sociedade num universo de 56 institutos. O orçamento anual global ronda os cerca de 1,2 mil milhões de euros.
O objectivo do acordo é realizar uma cooperação entre os vários institutos da Sociedade Fraunhofer e as instituições de pesquisa e desenvolvimento portuguesas, com o intuito de criar um Instituto Fraunhofer em Portugal.