A Assembleia da República discute hoje, quarta-feira, o projecto de resolução dos Verdes que visa incluir a vacina que previne o cancro do colo do útero no Plano Nacional de Vacinação.
Heloísa Apolónia, deputada do partido ecologista, realça a prevenção como o principal argumento para a integração da vacina contra o cancro do colo do útero. “A prevenção poderia tornar-se gratuita e obrigatória, abrangendo todas as jovens mulheres portuguesas”, sustenta. Uma forma de baixar a elevada taxa de mortalidade devido a esta doença em Portugal.
Outra forma de combater o cancro do colo do útero é através da citologia, mais conhecida por exame de “papanicolau”. Um rastreio que não tem demonstrado grandes resultados: “quase metade das mulheres portuguesas não faz rastreio sistemático do cancro do colo do útero”, garante o médico ginecologista Serafim Rocha Guimarães.
“Espero que a opinião [da Assembleia da República] seja favorável, porque seria um avanço enorme para a ginecologia portuguesa e para as mulheres”, salienta o especialista.
Mas apesar do apoio da classe médica, as expectativas do partido “Os Verdes” não são as melhores. No último debate, o primeiro-ministro já informou o Parlamento que não está a estudar a integração desta vacina no Plano Nacional de Vacinação, mas sim a comparticipação da mesma. Uma posição que a deputada Heloísa Apolónia considera insuficiente, dada a revelação científica de que se trata esta vacina que “merece ser distribuída de forma universal e gratuita.”
A vacina está indicada para raparigas e mulheres que ainda não tenham iniciado uma vida sexual activa e revelou-se altamente eficaz (quase em 100%). Neste momento, o custo actual no mercado das três doses necessárias, a tomar num período de três meses, é de 481,35 euros.