Apesar de continuar a rejeitar a proposta do Governo sobre o futuro do Metro do Porto, a Junta Metroplitana do Porto (JMP) não vai fechar a porta às negociações.

No final de uma reunião do organismo, o presidente da JMP, Rui Rio, voltou a afirmar que faz cedências em nome do avanço das obras. No entanto, essas concessões só se materializam se o Governo também fizer cedências a favor da Junta. Só pode haver acordo se houver vantagens para as duas partes, enfatizou.

O autarca adiantou que, se não houver entendimento com o Governo, continua a defender um acordo que mantenha os estatutos da Metro do Porto, o avanço em concurso faseado das linhas de Laborim, Gondomar e Trofa.

A junta metropolitana propõe ainda o estudo da linha da Boavista, em contraposição à opção Senhora da Hora, defendida pelo PS. A centralização do problema na linha da Boavista é, aliás, para Rui Rio, uma das dificuldades no diálogo entre autarcas e Governo.

A postura do Governo mereceu alguns comentários do presidente da JMP. Rui Rio começou por dizer que gostaria que o Executivo tivesse com o Metro o mesmo comportamento que teve com outras obras públicas.

O autarca do Porto considerou que algumas situações que não tem ajudado ao processo. Segundo Rio, não ajudou ter lido que o ministro das Obras Públicas e o primeiro-ministro tinham dito que os autarcas da junta não se entendem.

O presidente da JMP sublinhou que tem procurado passar a mensagem que os autarcas estão unidos nas decisões tomadas.

Questionado sobre um possível acordo directo com o primeiro-ministro, por ocasião da visita de Sócrates ao Porto, o autarca argumentou que vai continuar a usar os mesmos canais de negociação.