O Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto (MUT-AMP) decidiu convocar para o próximo sábado uma nova manifestação na Avenida dos Aliados seguida de um desfile até ao Governo Civil do Porto para entregar uma petição que exige a demissão do Conselho de Administração da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP).

“Quando numa empresa pública é gerida por pessoas que não sabem prestar um serviço adequado às necessidades da população, nem capacidade de negociar com os utentes, o melhor é demitirem-se”, sublinha André Dias do MUT-AMP.

O movimento continua descontente com a ausência de uma resposta por parte da direcção presidida por Fernanda Menezes quanto às propostas de alteração feitas pelo MUT-AMP da “Nova Rede” dos autocarros do Porto.

Lamenta ainda que o Conselho de Administração da STCP não tenha comparecido à última reunião “acordada entre as duas partes”, uma atitude que denota, diz o movimento, “arrogância, má educação, desonestidade” e uma “ofensa à dignidade dos utentes”. O JPN está a tentar obter uma reacção da empresa.

O encontro tinha como finalidade apresentar as propostas do movimento e esclarecer as declarações da presidente do Conselho de Administração, Fernanda Menezes, que denunciou, segundo o MUT-AMP, ter havido “manipulação nas manifestações” realizadas anteriormente pelos utentes.

“Negamos qualquer manipulação. Aceitamos, sim, que tenha sido o Conselho de Administração a ser manipulado por alguém na alteração da rede de transportes”, defende André Dias.

“Alterações de coméstica” prejudicam utentes

O MUT-AMP contesta ainda o novo sistema de bilhética que “tem dado bons resultados à STCP”, uma vez que “os locais onde se pode trocar os bilhetes, que se estragam com facilidade, são inacessíveis a muitos utentes, que são obrigados a comprar um novo título, que custa 50 cêntimos”.

Inconformados com as “alterações de cosmética” na nova rede de autocarros promovidas pela STCP, os utentes, sobretudo aqueles que vivem em bairros sociais, continuam, segundo o MUT-AMP, a ser afectados, porque “as linhas não dão acesso a serviços de saúde, lazer e comércio”.

“Os moradores dos bairros sociais são aqueles que mais necessitam de um transporte público com um passe social, pois o metro não chega a todo o lado e os preços dos bilhetes não são acessíveis”, sublinha André Dias.