Arranca este sábado, no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, o festival “Caminhos do Cinema Português XIV”, totalmente dedicado ao cinema feito no nosso país. O evento é organizado pelo Centro de Estudos Cinematográficos da Universidade de Coimbra e vai decorrer até 28 de Abril, contando com cerca de 50 filmes recentes.

Fazem parte da selecção oficial um conjunto que se foca principalmente em curtas e médias-metragens, incluindo, também, alguns filmes mais longos. Destacam-se “O Jardim do Outro Homem”, de Sol de Carvalho, “Suicídio Encomendado”, de Artur Serra Araújo, “Body Rice”, de Hugo Vieira da Silva, “Pele”, de Fernando Vendrell, “Transe”, de Teresa Villaverde, “Atrás das Nuvens”, de Jorge Queiroga, e “Filme da Treta”, de José Sacramento.

O festival apresenta também um conjunto de documentários e vai incluir a exibição de 13 animações, bem como acções de formação sobre a produção de filmes, a interpretação e expressão, animação digital e realização.

Com periodicidade anual, o “Caminhos do Cinema Português” já levou a Coimbra grandes nomes da cinematografia portuguesa. A secção “Caminhos do Cinema Europeu” é dedicada, este ano, à cinematografia italiana, com a exibição de cinco longas-metragens recentes.

Falta de verbas

Em declarações ao JPN, Vítor Ferreira, que está à frente do festival há sete anos, faz um balanço “positivo” do evento. O responsável referiu um “crescimento notável, com a credibilização da marca ‘Caminhos do Cinema Europeu'”. Desde a primeira edição, em 1988, “foram sendo feitas mostras” que ajudaram a divulgar o cinema português.

“Não trazemos filmes independentes só para fazer sucesso, temos uma selecção do melhor que se faz em Portugal”, diz o director, que lamenta, contudo, a falta de meios para fazer o festival crescer. “Não há condições técnicas para ter mais documentários, pelo que só serão exibidos 14”.

Para Vítor Ferreira, é possível evoluir com “mostras paralelas e maior dimensão na imprensa”, mas admite que “custa dinheiro”. Comparativamente com o “Fantasporto” ou o “IndieLisboa”, lamenta o “orçamento parco” do evento de Coimbra.

“Em termos de divulgação, penso que não poderia ser feito melhor”, sublinha o director. No entanto, fazendo as contas, “50% do dinheiro vai para alojamento e alimentação dos convidados, e 30% para gastos com a divulgação”. O restante fica para as despesas de manutenção da organização. “Não nos agrada, mas é inevitável falar de dinheiro”, remata Vítor Ferreira.