A trabalhar há mais de uma década na tentativa de determinar o perfil genético do cancro do estômago, o grupo ” Cancer Genetics” do IPATIMUP identificou uma molécula presente nas células do cancro cuja activação pode ser inibida com drogas já disponíveis no mercado.

Deste modo, é possível encontrar uma alternativa terapêutica que controle o cancro do estômago, também chamado de cancro gástrico, uma doença para a qual não há ainda métodos de rastreio eficazes.

Já em 1999, os investigadores contribuiram para demonstrar que o gene responsável pelo cancro herditário do estômago é a Caderina-E. Agora concluiram que, na presença de inibidores na molécula descoberta, as células com mutações de Caderina-E deixam de se mover e passam a comportar-se como as células que têm uma Caderina-E normal. O trabalho vai ser publicado na conceituada revista científica “Human Molecular Genetics”.

O grupo de investigação do IPATIMUP acredita que a chave para vencer este tipo de enfermidade está na identificação de grupos de cancro com características moleculares particulares, aos quais se podem aplicar métodos de tratamento mais individualizados e com maior eficácia.

O principal problema desta forma hereditária de cancro prende-se com o facto de indivíduos portadores de alterações genéticas de Caderina-E desenvolverem cancros invasivos – ou seja, que proliferam para outros tecidos – nas fases iniciais da doença que não podem ser combatidos xom as terapêuticas genéticas.

Por isso, é necessário identificar os alvos moleculares controlados pela Caderina-E que estão activos no tumor, de forma a permitir o desenvolvimento de drogas que os inibam e, assim, reverter os efeitos celulares causados pelas formas mutadas da Caderina-E.

Nesse sentido, o grupo “Cancer Genetics” do IPATIMUP, em colaboração com a Universidade Técnica de Munique, tem-se preocupado desde 2005 em identificar as moléculas que estão anormalmente activadas quaindo existem mutações da Caderina-E.

A próxima etapa da investigação passa pela validação em modelos de animais e posteriormente em ensaio clínico.