Debater a ligação entre os universos do Desporto e do Direito foi a proposta do Centro de Investigação Jurídico Económica (CIJE). A sessão realizou-se, nesta sexta-feira, no salão nobre da Faculdade de Direito da Universidade do Porto.

Para a conferência, a escolha recaiu num conjunto de perspectivas que vão desde a Fiscalidade do Desporto ao tríptico Direito, Polícia e Futebol, passando pela Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto. Em debate também estiveram o Regime Jurídico do Desporto Profissional, um estudo sobre o Crime no Futebol e o Regime Jurídico dos clubes amadores com estatuto de utilidade pública.

O perfil do gestor desportivo foi outro dos temas em destaque. Em declarações ao JPN, Pedro Sarmento, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), considerou o gestor português “um super-herói” pela forma como intervém numa realidade cheia de problemas como a do futebol nacional.

Para o professor da FADEUP, as dificuldades aumentam com a dicotomia existente entre a figura do dirigente e a do gestor. “O dirigente é aquela pessoa benévola, apaixonada que dá tudo pelo seu clube. O gestor é alguém normalmente associado a uma carreira profissional”, observou.

Pedro Sarmento entende que é necessário lutar por uma classe composta por mais de uma dezena de milhar de pessoas “que lideram os clubes no sentido de tornar o desporto um factor de desenvolvimento em Portugal”. Algo difícil face aos grandes problemas estruturais e financeiros que os clubes portugueses enfrentam, entende.

A falta de dimensão social dos clubes portugueses é outra das barreiras apontadas pelo docente. Ao contrário do que acontece no Europa, “em Portugal ficou-se pela dimensão do clube competitivo que não tem prática social”. Não existem clubes que trabalhem para a população, concluiu.