Ao vencer o Braga por 2-1, o Belenenses garantiu, esta quinta-feira, no Estádio do Restelo, a presença na final da Taça de Portugal, feito que já não alcançava desde a época de 1988/89. Num jogo em que foram precisas duas horas para se decidir o adversário do Sporting a 27 de Maio, no Estádio Nacional, os azuis de Belém foram mais fortes no prolongamento e foi através de uma grande penalidade, muito contestada pelos minhotos, que marcaram a curta viagem até ao Jamor.
E tal como na primeira semi-final, a equipa da casa entrou no jogo com o pé direito, o mesmo é dizer, a ganhar. Num contra-ataque rápido Rubén Amorim desmarca Daddy pela direita, o avançado ganha em velocidade ao defesa contrário e, perante a saída de Paulo Santos, “pica” a bola para o fundo das redes. Uma vantagem madrugadora dos azuis de Belém na segunda investida à área bracarense.
A reacção dos arsenalistas, contudo, não se fez esperar: Zé Carlos deu o primeiro aviso num remate a rasar a baliza de Marco, depois Wender ainda festejou um golo marcado com a mão que o árbitro invalidou.
O Braga equilibrou a partida, “esticou” o seu jogo e passou a criar mais perigo. As oportunidades começaram a aparecer e foi com naturalidade que os minhotos chegaram ao empate numa grande jogada em que Wender, já na área do Belenenses, assiste, de calcanhar, Maciel para a igualdade. A equipa do Restelo respondeu num cabeceamento de Dady que não deu a melhor conclusão a um cruzamento de Silas.
No segundo tempo, as duas equipas passaram a jogar com maior calculismo, procurando aproveitar um erro do adversário para chegar ao golo que, no entanto, nunca chegou no período regulamentar. Ainda assim, o jogo esteve sempre perto das áreas, mas no que toca a lances de perigo há apenas que registar dois, um para cada lado: primeiro para o Belenenses, numa perda de Garcés e depois para o Braga num remate que “cheirou” a barra da baliza de Marco.
José Pedro, o herói do Restelo
No prolongamento, a condição física das equipas viria a revelar-se decisiva para o desfecho do encontro. Aí, os dois dias a mais que teve para preparar o jogo beneficiaram claramente o Belenenses que foi superior ao em toda a linha. Se pouco jogava a favor do Braga, as coisas complicaram-se ainda mais quando Wender viu o cartão vermelho ainda na primeira parte do prolongamento.
Com os bracarenses encolhidos no seu meio-campo, o Belenenses instalou-se na área contrária. O golo da vitória surgiu apenas aos 111 minutos num penalti, muito contestado pelos bracarenses, a castigar uma mão na bola de Frechaut. Chamado a converter o castigo máximo, José Pedro fez o 2-1 e colocou o Belenenses na final da Taça de Portugal, dezoito anos depois.