Candidata pelo Partido Socialista Francês, Ségolène Royal é a primeira mulher com hipóteses de assumir a presidência da França. Durante muito tempo era apenas conhecida por ser a companheira do presidente do partido, François Hollande, por muitos apontado como o candidato para estas eleições. Mas num ano tudo modou: “Ségo” ganhou protagonismo e em Novembro de 2006 foi escolhida pelos socialistas para concorrer ao lugar de Jacques Chirac.

Nascida no Senegal, filha de um militar francês, Jacques Royal, Ségolène passou a sua infância na Martinica, regressando definitivamente a França aos onze anos. Feminista e de esquerda, consolidou sua formação política em oposição ao que representava o seu pai, considerado autoritário e mais próximo dos ideais da direita.

Depois de se formar em economia no Instituto de Estudos Políticos de Paris, foi estudar na influente École Nationale d’Administration (ENA). Aos 27 anos entrou para a política como conselheira de François Mitterrand nas áreas da saúde, ambiente e juventude.

Nos anos 90, voltou ao governo como ministra do Ambiente de Pierre Beregovoy, integrando depois os ministérios da Educação e dos Assuntos Familiares no governo de Lionel Jospin.

Entre as prioridades do seu programa de governo estão os assuntos a que sempre esteve ligada, como a protecção das mulheres, a educação e a família. “A primeira lei que vou levar ao Parlamento, se for eleita, vai ser para tentar diminuir a violência contra mulheres”, disse.

Na página de campanha na internet, aquela a que muitos chamam a “discípula” de Mitterrand apresenta aos eleitores “100 ideias para restaurar a ambição comum, o orgulho e a fraternidade na França”.

Propõe também aumentar o salário mínimo mensal para 1.500 euros; criar um “contrato de primeira oportunidade” para os jovens não qualificados; instituir uma taxa “verde” para as atividades poluentes; conceder a nacionalidade francesa para imigrantes após 10 anos de permanência no país; e produzir 20% de energia de fontes renováveis em 2020.