É um dos “grandes momentos da vida de Serralves”, “o evento interdisciplinar mais importante em Portugal” e está a ser seguido por outros centros de arte mundiais, como a Tate Modern, afirmou o presidente da Fundação, António Gomes de Pinho. O “Serralves em Festa”, cuja quarta edição acontece a 2 e 3 de Junho, volta a apostar num formato ganhador, que no ano passado juntou 50 mil pessoas.
A festa, que este ano oferece mais de 70 actividades culturais da música ao novo circo durante 40 horas “non stop”, tem um trunfo forte: “desmentir qualquer tipo de preconceito de elitismo que a cultura contemporânea possa ter” e desmontar a “tradicional separação entre cultura de massas e cultura de elite”, disse o director do Museu de Serralves, João Fernandes, esta quinta-feira, na apresentação do evento.
O “Serralves em Festa” é também um instrumento de “captação de novos públicos” – cerca de 15% dos visitantes da edição de 2006 nunca tinham visitado a Fundação, segundo um inquérito realizado com a Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
O exemplo “pioneiro” de Serralves vai ser seguido pelo museu de arte contemporânea Tate Modern e por alguns museus norte-americanos, que “estão a estudar situações congéneres”, revelou João Fernandes.
Este ano, fruto de um protocolo com a Câmara do Porto, o “Serralves em Festa” integra as festas da cidade, com apresentações e animação cultural na baixa da cidade. Para João Fernandes, a colaboração com a autarquia é uma “ideia de futuro” que começa agora.
Para breve está a assinatura com a Câmara do Porto do novo protocolo de financiamento do fundo de compras de Serralves, depois da autarquia ter ficado de fora do acordo celebrado com o Ministério da Cultura.
Programa diversificado
O histórico grupo de jazz Willem Breuker Kollektief , Panda Bear (projecto solitário de um membro dos Animal Collective), John Butcher e os portugueses La La La Ressonance (ex-Astonishing Urbana Fall) são alguns dos destaques da programação de música.
Na festa de sábado à noite, que no ano passado juntou 10 mil pessoas no Prado, estará Joakim, nome forte da electrónica mundial, e Diplo, produtor e DJ conhecido pela fusão de estilos como o “Miami bass”, hip-hop e baile funk.
Na dança e performance, destaque para a companhia belga The Bal Moderne, Sílvia Real e o projecto “Ausência” da Fundação Calouste Gulbenkian. No circo, será apresentado “Contigo”, de João Paulo Santos e Rui Horta, e “Nono”, da associação Corda Bamba.
No cinema há propostas da Gulbenkian, Casa da Animação e filmes do artista Jorge Queiroz, e no teatro peças da Culturgest, Teatro do Ferro e dos britânicos Whalley Range Allstars.