As oito noites da Queima das Fitas receberam este ano cerca de 280 mil pessoas. Não é propriamente uma novidade, mas é um sinal de que, apesar das críticas ao cartaz, aquele que é, nas palavras de Pedro Barrias, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), “o maior evento cultural organizado na Área Metropolitana do Porto”, continua a atrair muito público.

Não foi só no Queimódromo, porém, que se registaram lotações esgotadas como a de terça-feira, quinta e sábado, os dias com maior número de visitas. As actividades académicas que preenchem o calendário da Queima também receberam muitos visitantes: o Estádio do Bessa encheu para celebrar Missa de Bênção das Pastas e a Casa da Música apinhou-se para assistir ao Concerto de Promenade.

Pedro Barrias congratula-se ainda com o facto de a organização da Queima das Fitas ter “respondido bastante bem aos desafios” colocados pela alteração de alguns dos locais onde habitualmente eram realizadas aquelas actividades. No entanto, para o responsável máximo pela FAP “o que correu melhor” foi mesmo os concertos.

“A forma com o público aderiu aos concertos foi a melhor resposta a todo o tipo de críticas ao cartaz, porque conseguia abranger as várias sensibilidades e várias faixas etárias. Era aquilo que se pretendia e foi conseguido”, refere.

Será este um sinal de que a Queima das Fitas pretende estar mais próxima da cidade? “Deve ser principalmente, mas não exclusivamente destinada aos estudantes, porque existe um carinho que a cidade lhes dá e que eles têm que retribuir”, responde Barrias, acrescentando que este é “o maior evento organizado na Área Metropolitana do Porto e, como tal, deve abrir-se à sociedade”.

“Pequenos pormenores”

Para o líder da FAP, o mau tempo que se fez sentir na última noite foi o aspecto mais negativo da semana da festa. Nem mesmo os pequenos incidentes registados no concerto dos D’ZRT mancharam a festa dos estudantes.

“São pequenos pormenores que correram pior num evento que mobiliza 300 mil pessoas”, defende Pedro Barrias, que aproveita para esclarecer que a localização das pessoas portadoras de deficiência fora do fosso que separa o palco da assistência foi uma indicação da equipa de segurança da banda.

“Seria uma incoerência da nossa parte que durante todos os outros concertos houvesse permissão para as pessoas de mobilidade reduzida estarem nesses locais e nesse concerto não estarem”, explica.

Queimódromo até 2010 garante estabilidade

O presidente da FAP destaca ainda a importância do protocolo assinado com a Câmara do Porto (CMP) que prevê a cedência do recinto da antiga Feira Popular para os próximos três anos, deixando de existir a “enorme instabilidade” que se gerava quando a autarquia só garantia a disponibilidade do espaço com pouco tempo de antecedência.

“Faz garantir que nesta altura tenhamos a certeza a Queirma das Fitas vai ser realizada naquele espaço, que se consiga preparar o relacionamento com patrocinadores e permite uma organização totalmente diferente”, sustenta Pedro Barrias.