“Desrespeito, ódio, incompreensão relativamente a pessoas que têm uma orientação sexual não heterosexual”. Uma definição de homofobia por Sérgio Vitorino, presidente do movimento Panteras Rosa, um projecto não-partidário de combate à homofobia.

Esta quinta-feira assinala-se o Dia Mundial de Luta Contra a Homofobia. Para Sérgio Vitorino, em Portugal registam-se muitos avanços na mentalidade devido à visibilidade nos “media”.

Mas o presidente do Panteras Rosa encontra também muitos atrasos, sobretudo na lei, que consagra “o não reconhecimento dos pais homossexuais que têm filhos, o não à adopção, o não ao casamento, a proibição de doação de sangue com base em critérios não médicos mas preconceituosos”.

O presidente do Panteras Rosa sublinha a necessidade de denunciar os casos de discriminação, quer do povo português, quer do próprio Estado. “A homofobia até agora é uma questão que nem sequer exige reflexão, quanto mais intervenção sobre ela”, desabafa.

Primeiro estranha-se, depois aceita-se

Ao responder ao JPN à pergunta “Como reagia, se uma pessoa da sua familia se declarasse homosexual?”, a maioria das pessoas declara estranheza no início, mas depois compreensão e aceitação.

São poucos os casos de repulsa. Nota-se também uma maior tolerância na camada mais jovem. Uma resposta muito comum na ala masculina é também “Não tenho nada contra eles, desde que não se metam comigo”, como afirmou Diogo Araújo, um estudante de Informática.