“Coopetição”. É o neologismo do mundo dos negócios que junta “cooperação” e “competição” e que as universidades de Aveiro, Minho e Porto querem aplicar nos novos programas conjuntos de doutoramento. Objectivo: ganhar “dimensão, massa crítica e qualidade” para reforçar a presença internacional das três instituições, afirmou esta quinta-feira o reitor da Universidade do Porto (UP), Marques dos Santos, na apresentação dos doutoramentos.
“Quisemos mostrar como as universidades podem ser exemplos de cooperação”, disse o reitor da UP, na cerimónia, que decorreu na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto. Os doutoramentos conjuntos focam áreas “estratégicas” e nas quais as três universidades têm provas dadas: Informática, Telecomunicações, Ciências do Mar e do Ambiente e Geociências. A parceria é inédita em Portugal.
Os doutoramentos arrancam no próximo ano lectivo. As candidaturas abrem em Junho e os alunos poderão concorrer a vários tipos de bolsas – do próprio programa, da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e de empresas, no caso de Informática e Telecomunicações).
Os doutoramentos vão ser ministrados alternadamente nas instalações das três universidades. Os cursos em Informática e Telecomunicações juntam as três universidades, enquanto os programas em Ciências do Mar e do Ambiente e em Geociências envolvem apenas Aveiro e Porto.
O inglês poderá vir a ser a língua usada para atrair alunos de todo o mundo. As multinacionais fixadas em Portugal são “potenciais fornecedoras de estudantes estrangeiros para estes cursos”, exemplificou Marques dos Santos.
Racionalizar passa pelas universidades
O consórcio MAP (Minho, Aveiro e Porto) preparam outras formas de cooperação, que podem passar pela racionalização da oferta dos cursos de 1.º ciclo. “Podemos ser um exemplo para o país, não triplicar cursos que depois não têm alunos. Não sou dos que defendem que é o ministério [do Ensino Superior] que vai fazer a racionalização. A autonomia é isto”, defendeu o responsável máximo da UP.
“Podemos abdicar de muitos dos nossos preconceitos para unir esforços numa altura em que o país precisa disto”, acrescentou a reitora da Universidade de Aveiro, Maria Helena Nazaré.