Ganhou o Governo e ganhou a Área Metropolitana do Porto (AMP). “Só pode haver um acordo quando todos ganham. Nem o Governo nem a AMP abdicaram dos seus próprios interesses”, afirmou esta segunda-feira o presidente da Junta Metropolitana do Porto, Rui Rio, na assinatura do acordo alcançado sexta-feira para a segunda fase do Metro do Porto.
“Com este entendimento, as coisas ficam melhores. Evoluímos para melhor. Agora fica claro o que todos querem deste projecto”, referiu o primeiro-ministro, José Sócrates, na cerimónia no Palácio do Freixo, no Porto. “O Metro é, porventura, neste momento um dos projectos mais importantes e volumosos em termos de investimento público” e tem a “maior importância para o país”.
Foi um “acordo difícil” para ambas as partes, que opôs Junta e Governo durante várias semanas, mas “mais difícil para a Junta”, que teve que conciliar os interesses de vários autarcas, afirmou Rio. O autarca destacou o facto de em todas as reuniões da Junta ter-se conseguido sempre unanimidade nas decisões.
“Fizemos um bom trabalho. Tivemos grandes crispações, mas o que procurámos foi uma solução em que todos nos sentimos confortáveis”, afirmou o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Mário Lino destacou ainda o aumento da rede metro em quase 40 quilómetros (actualmente tem 58) e o avultado investimento no projecto, cerca de 500 milhões de euros no mínimo.
Norte pode “olhar o futuro com mais optimismo”
Rui Rio aproveitou a cerimónia para pedir mais atenção por parte do Governo aos problemas de competitividade da região Norte, em particular o do desemprego.” “Nunca se esqueça do problema que estamos a viver aqui no Norte. Não é só o emprego desqualificado, é também o emprego qualificado”, que obriga muitos a mudarem-se “para Lisboa e até Madrid”, afirmou.
Para Sócrates, a AMP é capaz de competir com outras áreas metropolitanas europeias. Com o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o crescimento das infra-estruturas rodoviárias, a plataforma logística do Porto de Leixões e o reforço da componente metropolitana do Metro, a região “pode olhar o futuro com mais optimismo”, disse.