O Dragão viveu este domingo uma mistura explosiva de sentimentos. A festa, que começou no estádio e se espalhou pelas ruas da cidade do Porto, foi o culminar de um dia em que os corações azuis e brancos bateram forte até explodir de alegria num estádio que encheu para comemorar o bicampeonato, o 22.º título da história do FC Porto.

A romaria começou bem cedo, muito antes da bola começar a rolar. A tarde ainda dava os primeiros passos e já os adeptos portistas coloriam a zona das Antas, num dia que também era de eleições para a direcção portista.

E por isso não foi de estranhar que uma hora antes do início do jogo já as bancadas do Dragão se apresentassem completamente cheias, naquela que foi a sua maior enchente de sempre em jogos do campeonato (50.428 espectadores).

A primeira explosão de euforia aconteceu quando Adriano, assistido por Quaresma, cabeceou para o primeiro golo. Estavam decorridos 27 minutos de um domínio tímido dos “dragões” sobre um Desportivo das Aves que se apresentou sem medo, bem organizado e inclinado para o ataque.

E a fórmula até teve efeitos práticos quando Moreira, de cabeça, conseguiu silenciar o Dragão e adiar a festa portista por alguns minutos. O intervalo logo a seguir e o FC Porto, de repente, via o título mais longe, já que o Sporting vencia tranquilamente o Belenenses.

Lisandro abriu o champanhe

A festa em Alvalade, contudo, não durou muito, porque Lisandro Lopez, aos 52 minutos, colocou o FC Porto novamente em vantagem, que foi rapidamente ampliada pouco depois por um auto-golo de Jorge Ribeiro. E aí, sim, o Dragão festejou efusivamente, confiante de que “bi” já não lhe fugia.

Lisandro ainda bisou, num bonito lance individual, mas a grande ovação da noite foi para Vítor Baía, que ainda foi a tempo de jogar uns minutos para se sagrar campeão. O estádio parou de cantar “Campeões, campeões…” para dedicar uns minutos de homenagem àquele que é o jogador português em actividade com mais títulos na carreira.

O apito final de Olegário Benquerença foi apenas o momento da confirmação e da consagração, de uma partida há muito resolvida. A festa continuou na Alameda do Dragão e teve o seu ponto alto quando os jogadores apareceram na varanda do estádio para comemorar> com os milhares de adeptos mais uma conquista.

Houve festa até às tantas. O Porto vai acordar tarde, mas com a certeza de que o dragão é mesmo bicampeão.