Dois golos de Filippo Inzaghi, um a abrir e outro a fechar, deram aos italianos a sétima Liga dos Campeões do seu historial. Liverpool não conseguiu repetir proeza de 2005.
A vingança serviu-se fria, à moda de Itália. O AC Milan sagrou-se, esta quarta-feira, campeão europeu ao vencer o Liverpool por 2-1, vingando-se da derrota imposta há dois anos pelos ingleses, naquela que foi uma das finais da Liga dos Campeões mais emocionantes da prova.
Desta vez, não houve tanta emoção, nem tantos golos como em 2005, mas houve, igualmente uma equipa superior à outra: se naquela final de Istambul, foi o AC Milan a mandar, no Olímpico de Atenas foi o Liverpool, principalmente até ao primeiro golo italiano.
Os ingleses entraram melhor no jogo, pressionantes, com transições ofensivas muito rápidas, que colocaram em sentido a defesa milanesa, dispondo das melhores oportunidades de golo. O primeiro sinal foi dado num remate de Pennant bem defendido por Dida.
O AC Milan, por seu turno, não se dava bem com a pressão alta do adversário e perdia muitas bolas a meio-campo, dando origem a contra-ataques rápidos da equipa de Liverpool. O domínio do Liverpool era total nesta fase: 60 contra 40% de posse de bola, e seis remates contra dois dos italianos.
Só que aos ingleses faltava discernimento na hora de rematar. Foi o que aconteceu a Xabi Alonso, num remate frontal que passou rente ao poste da baliza de Dida, ou a Dirk Kuyt, logo a seguir, naquelas que foram as grandes oportunidades de golo do conjunto orientado pelo espanhol Rafa Benitez.
O jogo caminhava, assim, para o intervalo com o Liverpool sempre mais perto do golo. Até que, no único lance em que os italianos tiveram espaço para explanar o seu jogo, o brasileiro Kaka ganha uma falta à entrada da área. Andrea Pirlo bate o livre e Inzaghi, com um toque subtil, mas intencional, desvia para a baliza. Contra a corrente do jogo, estava feito o primeiro, de forma fria, oportunista, à boa maneira italiana.
Inzaghi, o deus no Olimpo
Na segunda parte, a partida foi mais equilibrada: o AC Milan conseguiu controlar o Liverpool, que pareceu acusar a desvantagem em demasia. Foi no entanto, a equipa da terra dos Beatles a criar mais perigo, sobretudo por Gerrard, que teve nos pés duas boas ocasiões para chegar ao empate.
Mas, mais uma vez, foram os italianos a festejar, a oito minutos do fim: Kaká isola Inzaghi, que contorna Reina e atira para o fundo das redes. O Liverpool ainda fez o tento de honra, ao cair do pano, por intermédio de Kuyt, mas estava tudo decidido. O AC Milan sucede ao Barcelona e levanta a sua sétima taça da Liga dos Campeões, a segunda dos últimos quatro anos, terminando, assim, em glória uma época que em Itália esteve longe de brilhar, mas que na Europa deu trunfos.