O Pavilhão Rosa Mota, no Porto, vai ser remodelado para uma utilização múltipla. O objectivo é dotar a cidade de condições para a captação de eventos culturais, empresariais e deportivos de grande porte, explicou o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, esta quarta-feira.

O projecto de reabilitação foi encomendado pela autarquia portuense à Parque Expo. O custo da obra, que deverá começar no início de 2008, ronda os 17 milhões de euros e o projecto está a cargo de José Carlos Loureiro, o mesmo arquitecto que há 50 anos concebeu o equipamento.

Rui Rio apontou dois problemas do actual pavilhão: “a manutenção, que se fosse levada a cabo obrigaria a um investimento de 5 milhões de euros, e um problema de definição estratégica, pois não existe uma estratégia de utilização”.

As soluções para o Palácio de Cristal passam por “uma parceria público-privada ou parceria público-público”, disse Rio.

O vereador do pelouro da Educação, Desporto, Juventude e Inovação da Câmara do Porto, Gonçalo Gonçalves, afirmou que o equipamento “deve ter uma gestão totalmente profissionalizada. Vai constituir-se uma sociedade para a gestão do pavilhão. A câmara não quer afastar-se do processo e vai participar em cerca de 20 a 25%, através da Porto Lazer”, referiu.

A remodelação passará pela optimização de fluxos de público, melhoria da qualidade e aumento do número de lugares (de 5.300 lugares sentados para 6 mil), reaproveitamento dos espaços, criação de locais de restauração e melhorias genéricas de infra-estrutras. Serão instalados sistemas de ar condicionado, elevadores, comunicações, instalações sanitárias.

Equipamento importante

“É um equipamento que não tem leitura só na cidade, mas a nível de toda a região. Tem impacto em termos territoriais e económicos, pois movimenta muita gente e dinheiro, e da ‘cidade-vocação’, porque passa por aqui a afirmação da competitividade da cidade”, explicou o presidente da Parque Expo, Rolando Borges Martins.

“Vai nascer aqui um equipamento que precisa de um mercado alargado, não exclusivo da cidade do Porto nem da área metropolitana, numa lógica de realização de eventos de grande impacto que tirem partido da posição privilegiada que o Porto tem”, rematou Rio.

José Carlos Loureiro sublinhou que “para qualquer autor é reconfortante verificar que passados 50 anos uma das suas primeiras obras tem ainda capacidade, após uma dose de vitaminas, de ser um pólo a favor da cultura e da vida social da região”.