Já foram entregues as chaves de 15 habitações à comunidade cigana do Bacelo. Neste momento, só uma família é que ainda não foi realojada. A Câmara do Porto deverá entregar-lhe uma habitação ainda hoje, sexta-feira, ou amanhã, já que as pessoas foram chamadas para uma reunião esta tarde.

O processo de realojamento das famílias deverá ficar concluído em breve, cumprindo o prazo dos 60 dias garantido pela autarquia portuense aquando da demolição das barracas em Março. De acordo com José Miguel Silva, dirigente da Plataforma 65, “o processo está a ser feito com normalidade e com tranquilidade”.

“O essencial neste momento é o sorriso das famílias ciganas e isso, para mim, é o suficiente para me dizer que o processo está a ser bem conduzido”, afirma o dirigente.

As pessoas foram todas alojadas em bairros da freguesia de Campanhã (S. Roque, Machado Vaz e Bairro do Cerco) como a comunidade pretendia por causa da proximidade com as escolas das crianças.

As condições das habitações sociais também são do agrado da comunidade. “As condições são porreiras, não há problema nenhum”, assegura Serafim Carvalho, um dos moradores. José Miguel Silva falou com alguns elementos da comunidade e sublinha que “estão felizes”.

As sessões de formação, promovidas pela câmara, vão facilitar a vivência da comunidade em habitações. “É preciso haver alguma formação cívica que, de algum modo, os possa preparar para viverem em apartamentos, dentro de uma comunidade mais alargada, mais estandardizada com a sociedade portuense”, reconhece José Miguel Silva.

“Penso que isto será um caso de sucesso, não dependente da formação que receberam, mas sim porque as pessoas em si são muito dadas, muito envolvidas com a sociedade”, acrescenta o dirigente da Plataforma 65. “O sorriso deles é compensatório e prefiro não falar de conteúdos da formação porque isso é um detalhe no meio de um processo tão grande como este”, acrescenta.