O Partido Socialista não vai propor a inclusão da vacina contra o cancro do colo do útero no Plano Nacional de Vacinação (PNV), mesmo depois da eficácia da vacina ter sido confirmada por um vasto estudo internacional publicado no “New England Journal of Medicine”.

A vacina está indicada para raparigas e mulheres que ainda não tenham iniciado uma vida sexual activa e revelou-se altamente eficaz (quase em 100%). Neste momento, o custo actual no mercado das três doses necessárias, a tomar num período de três meses, é de 481,35 euros.

“Não estou a contestar a eficácia da vacina, mas é preciso saber se a vacina é adequada para toda a gente, quais as recomendações, chega tomar a vacina uma vez quando se é pequeno”, justifica ao JPN o deputado socialista da comissão de saúde Manuel Pizarro, que considera que faltam responder a várias questões sobre a vacina.

Em Abril, o PS votou contra a integração da vacina que previne o cancro do colo do útero no PNV por ainda estarem “reunidas todas as informações de carácter científico que permitam uma opção dessas com a adequada segurança e justificação médica”.

Uma vez incluída no PNV, a vacina seria obrigatória, o que leva o Governo a ter de ponderar antes de obrigar toda a gente a vacinar-se contra o cancro do colo do útero. “O argumento económico não é o mais decisivo. É verdade que a vacina é cara, mas fica mais caro tratar os infectados pelo cancro”, diz.

O deputado não desvaloriza o estudo cujos resultados mostram uma protecção contra os papilomavírus responsáveis pela maior parte dos tumores uterinos, mas considera que o estudo “não acrescenta nada de novo, só confirma”.

O deputado da bancada socialista promete que “o assunto vai ser continuadamente acompanhado”. “Ainda em 2007 vai ser tomada uma decisão sobre a eventual inclusão da vacina no PNV”, acrescenta.

“Portugal não vai ser o primeiro país do mundo a incluir a vacina, como certamente também não será o ultimo. É preciso esperar uma evidência maior”, conclui Manuel Pizarro, membro da comissão de saúde do grupo parlamentar socialista. A inclusão da vacina contra o cancro do colo do útero foi uma proposta dos Verdes.