As guerras do Iraque e do Afeganistão vão receber uma concessão de 100 mil milhões de dólares. O projecto foi aprovado pela Câmara dos Representantes e pelo Senado e deve ser assinado nesta sexta-feira pelo presidente norte-americano, George W. Bush. A data de retirada das tropas ainda não foi definida.

O projecto de financiamento surge meses depois dos democratas, que controlam o Congresso, terem tentado chegar a um acordo sobre um calendário de retirada das tropas americanas – uma proposta que iria ser vetada pelo presidente. Com uma maioria abaixo dos dois terços no Congresso, os democratas dependem da última palavra de Bush.

O Senado não assume, contudo, a aprovação do financiamento como uma vitória para administração Bush. “Os dias de cheques em branco e luz verde para a sua política falhada acabaram”, disse o líder do senado, Harry Reid, citado pela BBC.

Com esta aprovação definitiva do projecto, o dinheiro gasto, desde 2001, nas guerras do Iraque e Afeganistão atinge os 565 mil milhões de dólares. Os fundos aprovados deverão ser aplicados até Setembro.

Bush prevê agravamento dos combates no Iraque

“Nós estamos à espera de combates intensos nas próximas semanas e meses e podemos esperar baixas de americanos e iraquianos”. George W. Bush assumiu que os combates vão aumentar no Iraque durante o Verão, mas considerou que os próximos meses serão vitais para o novo plano de segurança americano no Iraque.

O presidente norte-americano lembrou também que as tropas no terreno vão contar com um reforço de 30 mil soldados, que devem chegar em Bagdade no meio de Junho.

Ainda hoje, o exército norte-americano informou que mais cinco soldados americanos morreram em solo iraquiano. O número de soldados mortos no conflito já ultrapassou os dois mil.

Um inquérito feito em conjunto pela CBS e pelo “New York Times” mostra que os americanos estão pessimistas quanto ao futuro da guerra e muitos já a consideram um erro. 76% dos inquiridos refere que a guerra vai no mau caminho.

O clérigo xiita antiamericano, Moqtada Al Sadr, clamou esta sexta-feira pela retirada das tropas americanas. O líder religioso, que já não aparecia em público há vários meses, apelidou ainda Israel, EUA e Grã-Bretanha de “trio do mal”, num sermão dado aos fiéis em Kufa (sul do Iraque).