A Universidade de Aveiro (UA) organizou o primeiro encontro sobre o Second Life (SL) em Portugal, para promover a inauguração do projecto second.ua, que torna a UA a primeira universidade portuguesa presente no SL. O “workshop” começou quarta-feira e acaba esta sexta.

A vice-presidente do SL, Robin Harper, esteve presente na inauguração da ilha da universidade no SL, esta quinta-feira, e explicou como este mundo virtual se traduz na eliminação das restrições sociais (de idade, sexo, situação económica) e na criação de oportunidades. Em entrevista ao JPN, destacou as múltiplas possibilidades que o SL oferece.

De acordo com Robin Harper, as três directivas principais do SL são a vida em comunidade, a “criação colaborativa” e também a economia. De facto, o SL “produz uma tremenda quantidade de dinheiro”. Só no mês de Abril transaccionaram-se mais de 33 milhões de euros neste mundo virtual.

No entanto, é difícil “definir o que é o sucesso [de uma empresa ou instituição] no Second Life”, por ser ainda um recurso em exploração e haver poucos profissionais a trabalhar na área, explicou Luís Sequeira, da Beta Technologies (a primeira empresa portuguesa a fabricar conteúdos para o SL).

Mapear o futuro da sociedade

Robin Harper afirmou que “os mundos virtuais dão-nos a oportunidade de contar a nossa história” sem inibições, de forma a “fortalecer as nossas capacidades, mapeando o futuro da nossa sociedade”.

O Second Life, cujo “slogan” é “Your world, your imagination”, inova também porque “tudo nele é criado pelos utilizadores” e foi projectado com o objectivo de se tornar “um sítio melhor”.

O tema da legislação foi também abordado na comunicação. A vice-presidente do SL manifestou a incerteza existente acerca da melhor forma de controlar o mundo virtual, mas declarou que o primeiro passo é “encontrar ferramentas para permitir às pessoas decidir por elas próprias” de forma segura.

Salas de aula no SL

A mais-valia do projecto second.ua é, segundo Pedro Almeida, docente do curso de Novas Tecnologias da Comunicação da UA e um dos coordenadores do projecto, é explorar as “potencialidades em termos de discussão” entre alunos e académicos e criar um “ambiente que facilite a informalidade”.

A ilha, que custou cerca de 3 mil euros à UA, tem diversos propósitos, entre eles a execução, no mundo virtual, de actividades curriculares ou complementares às aulas e a exposição de informação acerca da UA.

O projecto “é também uma base para se fazer investigação sobre ele, do ponto de vista pedagógico”, com vista à criação de “cenários complementares de e-learning”, diz Pedro Almeida.

A Universidade do Porto adquiriu recentemente um terreno virtual no Second Life, com vista a levar a cabo o mesmo tipo de actividades. Pedro Almeida afirma que é bom haver “interesse [por parte de outras instituições] em explorar estes ambientes”. Este encontro, esclareceu, visava precisamente “juntar a comunidade científica portuguesa” com vista à produção de “estratégias coordenadas” neste campo.